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Guia para Gestores de Escolas

O que as escolas podem aprender com os samurais?

“Tenha compaixão, ajude os seus companheiros em qualquer oportunidade. Se a oportunidade não surge, saia do seu caminho para   encontrá-la”. Código Samurai

 No Japão na era pré-industrial existiam um sujeito nomeado Samurai ( 侍 ) era muito influente por pertencer a nobreza militar. Esses guerreiros tinham a função de defender os  senhores feudais ou daymios. O termo samurai é derivado do japonês arcaico, do verbo “samorau”, alterado para “saburau”, que significa “servir” ou “aquele que serve”.

O serviço dos samurais era alicerçado em seu código de ética chamado Bushido (caminho do guerreiro) que determinava sua conduta no cumprimento de sua missão, visão e valores. Afinal: “quem não sabe para onde vai qualquer lugar serve”.

Em muitas escolas seria preciso um código de ética e conduta para evitar e resolver tensões no clima e micro climas organizacionais. Aliado ao PPP – Projeto Político Pedagógico esse documento deveria dar a todos da comunidade educativa a visão real de seus limites e possibilidades.

Quando digo todos, são todos mesmos, até para pais e responsáveis que querem ingerir e “mandar” na escola, sem entender de processos pedagógicos e rotinas educacionais. Uma escola que quer agradar a todos os pais (clientes) tende a falir. Meus sentimentos!

Os estudantes e familiares deveriam respeitar os professores e educadores pela sua experiência docente e pelo acumulo de formação continuada, no lugar de esperar funcionários submissos, deveriam esperar seres autônomos e sujeitos sociais revestidos da capacidade de facilitar as bases e estruturas para formar caráter e personalidade.

De cada samurai era exigida a autodisciplina capaz de fomentar ao individuo a clareza nas decisões e coerência e coesão que permite a habilidade e estratégia para resolver situações problemas. A autodisciplina exige a disciplina e a humildade para o treinamento até atingir resultados de excelência. Treinar exige memória efetiva e afetiva e foco na missão e na visão. Falta a muitos estudantes a clareza de seu projeto de vida e a verdadeira razão de estudarem. O Bushido ensina que é extremamente necessário: “acreditar na justiça, mas não a que emana dos demais e sim na tua própria”. Cada estudante matriculado em escola púlica ou particular quando reprovado, perde, financeiramente um carro usado pelo ano, além de autoestima e tempo.

Neste momento em que se discute BNCC – Base Nacional Curricular, Reforma do Ensino Médio com itinerários formativos é vital que gestores e professores discutam a importância da disciplina, organização, resistência, resiliência, lealdade e coragem (características do caminho dos guerreiros). Os professores tem sido guerreiros da paz, para lidar com a crescente indisciplina dos alunos, por vários motivos. É um desafio informar, formar e gerar pensadores em tempos de respostas fáceis e pouca ação efetiva.

Ao longo de sua formação os samurais recebiam espada, sacola e arco. A espada para aprender a cortar os vícios de vida e enfrentar seus medos. A sacola para guardar ao longo de sua trajetória as memórias de suas batalhas interiores e exteriores. O arco para atingir numa distancia de 50 a 100 metros seu alvo. Educar um samurai era ensiná-lo a atingir seu alvo, ou melhor seus objetivos.

As escolas precisam disseminar no imaginário dos estudantes, professores, educadores, pais e responsáveis os objetivos de sua ação que é a honra de ser e formar bons cidadãos, em uma sociedade que padece pela falta de caráter e sentido de vida. Os gestores escolares podem aprender com os samurais a animar seus parceiros de caminhada e  mostrar total autocontrole para as pessoas que com eles convivem.

Os professores podem aprender com os samurais que é preciso paciência para atingir resultados satisfatórios com uma juventude multitarefa,  dispersa e com falta de concentração devido ao uso frenético da tecnologia.

Os estudantes necessitam aprender a observar a própria conduta, de modo a reconhecer e compreender alguns aspectos problemáticos e aceitar sua responsabilidade frente as ações e reações de seu comportamento. Os educandos podem aprender com os samurais que a vida é limitada, mas o nome e a honra podem durar para sempre.

 

As famílias precisam aprender com os samurais a respeitar a dor das perdas na educação dos filhos e deixarem que os mesmos convivam com o não, com a derrota e  com aspereza das disputas. A meditação era uma arte na tradição japonesa pois a mesma auxilia na descoberta do caminho que conduz à calma e à harmonia.

Uma questão muito séria para aprender com os samurais é a do autoextermínio. O ritual fazia parte do código de ética dos mesmos, quando cometiam atos desonrosos. Hoje, em muitas escolas, frente às pressões por resultados, crises da adolescência, tensões por relacionamentos conflituosos e eventos de bullying e ciberbullying, muitas crianças e jovens, pensam e executam ações contra sua própria vida. Toda a comunidade educativa deve estar atenta a sintomas como a automutilação que é definida como um comportamento intencional de agressão direta ao próprio corpo.

As escolas precisam a aprender a meditar e agir com a arte dos samurais. Vamos pensar? Não é uma coincidência que o professor (sensei = mestre) é fortemente valorizado no Japão. A missão de educador, não é simplesmente transmitir conteúdos, que sem dúvida são importantes ao educando, mas fomentar no mesmo a busca pelo autocontrole, autodisciplina e capacidade realizadora. Veja os sete princípios dos samurais.

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