fbpx
Guia para Gestores de Escolas

O terceiro grande ator do cérebro límbico é o afeto

A emoção é a reação pura e imediata a um impulso, como a alegria de reencontrar uma pessoa querida. O sentimento é quando esse estímulo se torna constante e é racionalizado. Assim, os momentos de alegria transformam-se em felicidade. O afeto é como expressamos interna e externamente esses estímulos, como por exemplo: um abraço e um beijo. Desta forma, é por meio do afeto que se manifestam os sentimentos e as emoções.

A palavra afeto deriva da expressão em latim afficere, que significa afetar ou fazer algo para alguém. Podemos ter afeto por um objeto, uma pessoa, um animal, um lugar ou mesmo por uma ideia.

O afeto pode ser dividido em níveis de acordo com a sua complexidade. O afeto somático é expresso por meio de sensações fisiológicas internas, como a dor, calor e náuseas. De forma mais complexa, o afeto motor envolve o comportamento para com os outros, como o sorriso, a agitação e o choro. E por último, em um nível mais elevado, encontra-se o afeto verbal, que se manifesta pelas linguagens.

Os benefícios em dar e receber demonstrações afetivas são vastos, proporcionam a sensação de bem-estar por estimular a autoestima, aumentam a segurança e o sentimento de inclusão. Por outro lado, a falta de afeto pode ter consequências destrutivas, como a dificuldade em se relacionar, viver em sociedade, aumento da agressividade, ansiedade, depressão e até a morte.

As demonstrações afetivas mudaram durante a história da humanidade e variam de acordo com cada cultura: os homens russos se beijam, os brasileiros são cinestésicos, e os orientais são mais cerimoniais. Isto demonstra que podem ser aprendidas.

Demonstração do afeto por meio da linguagem

As demonstrações afetivas por meio da fala são consideradas as mais complexas, pois requerem um grande esforço do neocórtex para serem formuladas. Para que isso ocorra, existe um desgaste energético do cérebro maior do que nas demais demonstrações afetivas.

Desde que sejam verdadeiros, os elogios são poderosas formas de expressar os sentimentos e afetos.

As pessoas reagem e são mais suscetíveis a determinados estímulos positivos em relação a outros. A seguir, as principais formas de valorização pessoal:

Elogio por realização: Uma maneira de expressar palavras de afirmação é elogiando uma pessoa de forma específica. O elogio deve se concentrar na conquista ou realização do indivíduo.

Foco no comportamento: Enfatizar o reconhecimento de alguns traços comportamentais positivos (atitudes) incentiva e faz com que as pessoas tentem repetir a atitude, como proatividade, organização, planejamento e iniciativa.

Afirmação do caráter: Todos nós apreciamos traços positivos de caráter naqueles com quem trabalhamos – características como perseverança, coragem, humildade, disciplina, integridade, paciência, bondade… O caráter vai além do desempenho e se concentra na natureza interna do indivíduo, por isso é considerado um elogio mais profundo.

Existem vários momentos e cenários em que as formas de reconhecimento acontecem. O líder tem que diversificar as estratégias e ficar atento, por meio dos sinais verbais e não verbais, quais estímulos de valorização cada indivíduo é mais sensível.

Momentos e cenários de valorização pessoal: Reconhecimento pessoal individual. Elogio diante de outras pessoas (pequenos grupos). Afirmação por escrito (e-mail, bilhete, WhatsApp). Afirmação pública falada em reuniões. Afirmação pública por escrito – grupos, redes sociais, cartaz na sala dos professores.

Fica a dica – Chamar pelo nome (personalização)
O primeiro contato com uma pessoa, com objetivo de gerar o vínculo afetivo, deverá ser realizado por meio de um cumprimento precedido da personalização. Ex: Bom dia, meu nome é Marcelo, qual é o seu? Além de o próprio nome ser a palavra mais escutada durante toda a vida de uma pessoa, a personalização, segundo a etologia, tem uma força muito grande na formação do vínculo afetivo inicial. Por não estarem no topo da cadeia alimentar, os homens antigos começaram a se organizar em grupos como sistema de proteção. Quando chamamos uma pessoa pelo nome, resgatamos em sua memória hereditária a sensação de segurança e a convidamos para fazer parte de nosso clã.  

Receba nossas matérias no seu e-mail


    Relacionados