Perfil da Escola: Colégio Joana D’Arc – Da gestão da sala de aula aos projetos interdisciplinares e extracurriculares
Conversa com o Gestor
A diretora Ana Cristina Pomarico relata a seguir, em entrevista à Revista Direcional Escolas, a maneira como a escola conduz e prioriza seus projetos, sejam eles disciplinares, interdisciplinares e extracurriculares. Também destaca a preocupação da mantenedora em manter uma interlocução frequente e individualizada com os familiares de cada aluno, pois a ideia é sedimentar uma parceria escola-família. Confira.
Revista Direcional Escolas – O Joana D’Arc possui uma Central de Projetos, que faz a mediação das atividades práticas, como um trabalho recente feito sobre as bactérias. Fale um pouco deste projeto.
Ana Cristina Pomarico – O projeto, muito interessante, foi realizado com o pessoal do Infantil até o 2º ano do Fundamental. Ao invés de apenas dizermos sobre a existência de bactérias sob as unhas, entres os dedos dos pés, dentro do nariz, resolvemos provar. Retiramos com cotonete amostras de muco e sujeiras escondidas nesses lugares e colocamos para crescer em cultura. Foi um experimento digno de Ensino Médio. Resultou com a nossa reportagem no Estadinho! (confira no link http://blogs.estadao.com.br/estadinho/2011/11/19/cacadores-de-bacterias/). A bicharada cresceu até!! E as crianças realmente passaram a acreditar na existência delas.
Revista Direcional Escolas – Outro destaque recente de trabalho entre os alunos foi a realização de um debate sobre as células tronco dentro da programação dos Fóruns Temáticos. Como são organizados e qual o segmento escolar ao qual se destinam?
Ana Cristina Pomarico – O uso das células tronco foi tratado através do fórum temático, onde cinco doutores da especialidade discutiram com alunos das 3ªs séries do Ensino Médio. Outros temas foram tratados através de encontros de um especialista com os alunos. Foi o caso, por exemplo, da divisão das terras indígenas, que teve a presença do deputado federal Aldo Rabelo. A construção da Usina Belo Monte também mereceu um encontro de um especialista com os alunos. Outro assunto, embora não tão palpitante, mas da mesma forma importante, foi a presença de um especialista em reciclagem de garrafas PET.
Não há uma periodicidade programada para essas reuniões, pois dependem de ser eleito um assunto de interesse no momento e da agenda do especialista convidado.
A escola já está organizando um encontro para debater a transposição do rio São Francisco para o 1º semestre de 2012.
Revista Direcional Escolas – Como são estruturados os projetos interdisciplinares?
Ana Cristina Pomarico – Os projetos interdisciplinares, via de regra, nascem na coordenação ou direção. Uma vez eleito o tema, são consultados os professores das áreas envolvidas para discussão. É aí que o projeto ganha corpo e passa do sonho à realidade. Para exemplificar vamos citar o “Projeto Impostos”, desenvolvido pelas classes de 8º e 9º anos. O projeto foi lançado pela direção geral, procurando atender à necessidade de formação de cidadãos. E envolveu as disciplinas de Português, História, Matemática, Geografia. História encarregou-se de buscar as origens históricas dos impostos e trazê-los das épocas remotas até o presente. Juntamente com Português foram estudados os principais impostos que incidem sobre as mercadorias. A Geografia buscou alguns países onde os impostos também são conhecidos. A Matemática calculou os impostos incidentes sobre diversos produtos (por exemplo, um copo de água = 40%).
Por fim, houve a comparação dos impostos cobrados no Brasil e em outros países.
Para a apresentação do projeto foi montada uma feira onde estavam expostos o produto, o preço final, a taxa de imposto e o valor do imposto. Um vereador, ao assistir à demonstração, imediatamente convidou os alunos para se apresentarem na Câmara Municipal de São Paulo.
Revista Direcional Escolas – Como é realizada a gestão do ensino no Joana D’Arc?
Ana Cristina Pomarico – As definições são feitas no início do ano, durante as reuniões de planejamento, que cumprem de 10 a 15 dias. São definidos os objetivos e as formas de avaliação, além de ser traçado o que é desejável. A colocação do aluno em relação ao resultado desejável determina as ações dos coordenadores junto aos alunos, família etc.
Revista Direcional Escolas – E os encontros com os pais, acontecem de que forma?
Ana Cristina Pomarico – Desde o primeiro instante, a escola deixa claro aos pais que deve haver uma parceria escola-família, sem o que a educação do filho fica comprometida. Dentro dessa ótica, os encontros com os pais são bastante frequentes. Esses encontros são individuais por aluno, pois a intenção é discutir o aluno (procedimento, desempenho, aproveitamento, dificuldades) não sendo, portanto, interessante que isso seja feito numa reunião de caráter geral. As reuniões de caráter geral ficam restritas para comunicações de mudanças de orientação ou procedimento da escola. As reuniões individuais com coordenadores seguem um calendário pré-determinado. Além disso, podem ser marcadas pelos pais ou pela escola sempre que se fizer necessário.
Revista Direcional Escolas – Como são trabalhados os projetos extracurriculares?
Ana Cristina Pomarico – Os projetos extracurriculares, uma vez adotados, obedecem a um ciclo após o qual são substituídos. Dessa forma, pretende-se que apresentem sempre novidades. É o caso da robótica, que durante certo tempo foi desenvolvida como extracurricular e hoje já fez parte da grade do período complementar.
Em 2011, um projeto adotado foi o da horta hidropônica. O cultivo necessitou do conhecimento de Biologia, Física e Química. Outro projeto iniciado em 2011 e ainda em andamento é a obtenção, em laboratório, de um “tecido” formado a partir de bactérias, onde concorrem as áreas de Biologia, Química e Física.
Revista Direcional Escolas – Entre os projetos em andamento, o que você destaca?
Ana Cristina Pomarico – O Joana D’Arc está desenvolvendo uma campanha de valorização da aula. A aula é um instante privilegiado, pois une os dois maiores interessados no processo: o aluno para aprender e o professor para ensinar.
Portanto, essa relação de ensino-aprendizagem tem de ser cumprida. Entretanto, há de se ter uma preparação, ou se quiserem, um treinamento, envolvendo até a família.
O aluno precisa entender que uma aula bem assistida e entendida poupa um tempo enorme de estudo. É o primeiro passo para o sucesso.
Por Rosali Figueiredo
Saiba+
Ana Cristina Pomarico
www.colegiojoanadarc.com.br
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