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Guia para Gestores de Escolas

Possíveis espaços sugeridos pela BNCC para a educação infantil

Por Heloisa Herkenhoff

Supõe-se que neste momento todas as escolas estejam trabalhando para apresentar seus currículos conforme a Base Nacional Comum Curricular – BNCC, uma vez que seus prazos terminam em torno do final do ano. Muitas dúvidas acerca de aspectos pedagógicos, material didático e opções por recursos tecnológicos e programas de informática podem ainda pairar sobre a equipe pedagógica. Tudo indica, no entanto, que serão mudanças positivas que irão renovar o processo de ensino-aprendizagem. Mas quais espaços físicos seriam necessários para os edifícios escolares se adequarem à BNCC?

Com meu olhar de arquiteta, percorri o documento em questão buscando relacionar suas diretrizes pedagógicas com as eventuais exigências “espaciais”: procurei eventuais sugestões relacionados à arquitetura, à construção e/ou a listagem de ambientes mínimos. Segundo pude constatar, especificamente no que diz respeito à denominada “Educação Infantil”, foco deste artigo*, as referências ao tipo de espaços e ao mobiliário são indiretas, não havendo preocupações específicas com a descrição dos ambientes. Por outro lado, uma riqueza de sugestões cabe no guarda-chuva que vincula “EDUCAR” e “CUIDAR” (termos da BNCC) de espaços na Educação Infantil.

O documento faz a separação das crianças em três faixas etárias: Bebês (zero a 01 ano e 06 meses), crianças bem pequenas (01 ano e 07 meses a 03 anos e 11 meses), e crianças pequenas (04 anos a 05 anos e 11 meses). Assim, destaco que toda a vivência escolar destas crianças deve ser em ambientes totalmente seguros e adequados aos seus limites físicos.

Os chamados “Campo de Experiências” são assim definidos pela BNCC:

  1. O eu, o outro e o nós;
  2. Corpo, gestos e movimentos;
  3. Traços, sons, cores e formas;
  4. Escrita, fala, pensamento e imaginação;
  5. Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações.

De acordo com a BNCC os “direitos de aprendizagem e desenvolvimento” para a primeira etapa da Educação Básica devem ser assegurados e se constituem em 6 itens:

  • CONVIVER
  • BRINCAR
  • PARTICIPAR
  • EXPLORAR
  • EXPRESSAR
  • CONHECER-SE

O que segue, desta maneira, são ilustrações de soluções de arquitetura – a maioria de fora do Brasil e todas publicadas em meio eletrônico – que me parecem bem próximas aos cinco “Campos De Experiências” que a BNCC define dentre seus objetivos de aprendizagem e desenvolvimento para os pequenos.

Sem pretender entrar no mérito de conteúdo, campo específico de educadores, as imagens apresentadas podem ser úteis para repensar os espaços tradicionais da Educação Infantil, possivelmente menos integrados que o contido nos exemplos selecionados. Algumas soluções arquitetônicas podem envolver custos elevados; outras nem tanto, mas sempre possíveis de serem adaptados aos recursos disponíveis.

Uma arquitetura que integre espaços internos com externos, boa captação de luz e corretos fluxos completam o desejado espaço para desenvolvimento das crianças pequenas na sua aproximação com o mundo adulto e da vida fora do abrigo familiar. Escolas bem concebidas, seja nos aspectos didáticos, seja em sua arquitetura, é o desejo de todos para acolher o delicado público infantil.

*Reflexões sobre a arquitetura para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio será objeto de próximos artigos.

Heloisa Herkenhoff é arquiteta pela FAU-UFES (1985) e mestre pela FAUSP (1997). Lecionou na Universidade Federal do Espirito Santo. Sócia da Bloch Arquitetos Associados, empresa fundada em 1985, que tem diversos projetos em Arquitetura Educacional.

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