Psicomotricidade: Processo permite à criança se adaptar a ritmos e posturas diferentes, ampliando sua percepção do corpo
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A psicomotricidade é um campo da pedagogia que engloba as interações do corpo humano com o exterior e estuda suas relações com o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança. Os conceitos complexos, que envolvem principalmente o desenvolvimento da coordenação motora, são explorados em uma série de atividades no Colégio Ápice, escola de ensino infantil no Morumbi, em São Paulo (SP).
Um dos componentes curriculares do Ápice é o Movimento, área que trabalha com conceitos da psicomotricidade. Maria Rocha, coordenadora pedagógica, conta que as ações voltadas ao conhecimento e domínio do próprio corpo são realizadas de diversas maneiras. A criança exercita sua coordenação motora a todo tempo, diz a especialista. Por isso é importante haver uma supervisão para definir tarefas que sirvam de treino para determinadas ações.
Trabalhos voltados à coordenação motora ampla, que inclui atividades como caminhar, subir escadas ou simplesmente se equilibrar, começam desde cedo. Os alunos mais novos percorrem circuitos com obstáculos como passar por dentro de pneus, pular objetos ou se arrastar. Os mais velhos trabalham atividades mais complexas, como danças. Esses trabalhos permitem à criança se adaptar a ritmos e posturas diferentes, ampliando sua percepção do corpo, explica Maria.
Permitir que a criança explore o ambiente ao seu redor é fundamental para o seu desenvolvimento. De acordo com Maria, a exploração é importante para a criança adquirir confiança em si mesma e desenvolver força muscular. A superproteção, como não deixar a criança subir na cadeira para alcançar algum objeto, prejudica o desenvolvimento e, de acordo com a especialista, é até perceptível: alunos superprotegidos costumam ser mais inseguros e, por isso, menos autônomos.
Habilidades que vêm com o tempo
Os trabalhos com a coordenação motora fina, responsável por ações mais delicadas como escrever, pegar um objeto ou recortar figuras de uma revista, ocorrem paralelos aos de coordenação ampla. Eles exigem, entretanto, muito respeito do educador ao tempo de desenvolvimento necessário às crianças. O desenvolvimento neurológico da criança se dá do tronco para as extremidades. Antes de andar, a criança necessariamente vai aprender a sentar, diz Maria Rocha. Esse desenvolvimento independe de estímulos externos, como forçar a criança a escrever uma letra repetidas vezes. O estímulo facilita a ação e pode até servir como treinamento prévio, mas a criança precisa estar neurologicamente preparada para executar algumas tarefas, explica a especialista.
É importante que o professor saiba o que é esperado para cada faixa etária, levando em conta que há certa elasticidade no aprendizado. “A criança só tem capacidade de escrever à mão livre de maneira adequada a partir dos sete anos. Percebi, ao longo de minha experiência, que a criança que só começa a escrever aos sete o faz tão bem quanto aquela que repete todas as letras do alfabeto desde os quatro anos”, conta Maria.
O treinamento das habilidades finas na escola começa utilizando materiais como massinha de modelar e papel. A criança é exposta a situações em que precisa realizar tarefas que desenvolvem sua coordenação motora fina. “No Ápice, trabalhamos bastante com rasgadura”, explica Maria. A criança começa rasgando papel de seda, bem fininho, e vai evoluindo até o papel cartão. A prática desenvolve seu domínio das mãos e a força com que executa cada ação.
Fonte: Plugcom Comunicação Integrada
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Maria Rocha
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