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Guia para Gestores de Escolas

Qual o valor de um professor?

Esta semana tive várias reflexões sobre o assunto. Discuti o tema com vários profissionais da área e o que mais me chama atenção é que todos sabem o valor de um professor, menos ele mesmo. Não acredita? Então leia até o fim e opine.

Quando aluno, eu chamava meus “mestres” como professora Fulana e Professor Beltrano, mas muitos deles diziam: pode me chamar de Fulaninha, Beltranão e esses pedidos não eram atendidos por mim, pois mesmo sabendo que poderia aproximar mais uns dos outros, em minha mente, sabia que havia um grande elo de diferença entre nós. Eles já passaram por minha fase e estão acima de mim por vários eixos, tanto de idade quanto de sabedoria.

Uma vez, ouvindo um escritor da periferia, que visita escolas incentivando a leitura, eu percebi no falar dele algo mal intencionado e fazia com que os alunos percebessem que eles não eram inferiores a nós, professores. Dizia que o professor precisa descer do “Pedestal” e falar à linguagem que era mais fácil de ouvir. Daí veio meu questionamento.

1º Qual é o nosso papel na sociedade?

2º Qual é minha valorização perante a sociedade?

3º Qual é o meu valor?

Difícil essas perguntas em uma sociedade que se espanta quando falamos que somos professores. Acho que todos já passaram por isso, quando dizemos que somos professores a reação é uma só: VOCÊ É CORAJOSO. Por outro lado, a própria sociedade diz que somos muito mal pagos para “aguentar mais de 30 alunos na sala”.

Sim, sou corajoso e defendo minha profissão, mas nós mesmos, professores, não a defendemos. Dentro de uma escola, o professor é mandado por todo mundo: pelo faxineiro que diz que não é para mandar aluno ao banheiro naquele horário, pelo pai, que diz que a prova não foi bem elaborada ou que seu filho foi injustamente posto para fora. Pela bibliotecária que se nega a deixar levar seus alunos na sala de leitura e até da cozinheira, que determina o horário do intervalo. Acho que todos esses conflitos são vistos por todos em várias escolas. Então, os coordenadores, que também são professores, acabam acatando o que vem de fora, mas não acatam a visão do professor que vem de dentro.

Se submetermos a isso, só vem nos mostrar que não valorizamos nossa profissão. Não sabemos a real importância da nossa linda carreira. Parece que os próprios professores não querem ser chamados de PROFESSORES, uma prova disto são os profissionais da Educação Infantil são os que precisam ser os mais valorizados, pois conseguem alfabetizar, que este é um trabalho árduo e bastante conflituoso em uma sociedade que zela apenas pela permanência do seu filho na escola, mas como valorizar um professor da Educação Infantil se ele mesmo pede ou deixa ser chamado de tio ou tia?

Parece algo desnecessário ser chamado por tudo: “fessor” – “sor” – Tio – Tia, mas acontece que se não se fala PRO-FES-SOR. Então, como valorizar esta palavra se desde pequeno não se davam o valor que se devia? Para o aluno, o não chamar de professor, faz com que se sinta igual a ele, amigo, companheiro, mas NUNCA professor.

Em uma das escolas em que trabalho, pedi que me chamassem de PROFESSOR ALEX e percebi a reação dos meus colegas, os mesmos me olharam com desaprovação ou com risos, como se aquilo fosse uma piada, mas não era: SOU O PROFESSOR ALEX e não me chamem ao contrário. Eu tenho valor a mim e a minha profissão.

Uma vez uma aluna disse: “Por que o senhor não fala palavras que nós entendemos?” Eu respondi: “Porque se for para falar a sua linguagem, você não precisa de mim ou da escola. A sua linguagem é falada pelos seus pais, amigos, companheiros e eu estou aqui para lhe fornecer uma nova linguagem. Assim, você poderá transitar em várias classes sociais sem problemas e conflitos”. Ela exclamou: Isso é verdade!

Após, fiz uma grande reflexão em casa e percebi, será que esta desvalorização por parte dos alunos perante os professores não começam daí? Entendem que não precisam mais da gente, pois tudo está no Senhor “Google” e nós somos meros paspalhos que os obrigam a ficar ouvindo coisas que eles já sabem? Pois bem, faço um desafio aos professores da Educação Básica Infantil: que tal começar a mostrar para as crianças o valor necessário de um professor, sendo chamado pelo seu título e mostrando que somos eficazes para que cheguem aos seus sonhos.

Ação em ação, podemos, daqui a alguns anos, melhorar o tratamento que nos são dados pela sociedade. Erga a cabeça e chegue a sua escola dizendo: EU SOU A PROFESSORA OU O PROFESSOR VALORIZADO.

miniatura-alex-de-frança Alex de França Aleluia é formado em Letras. Escritor de obras sobre Educação, as quais já foram elogiadas por especialistas na área. Foi coordenador pedagógico de franquias de multidisciplinaridades. Já trabalhou como Coordenador do Programa Escola da Família. Trabalhou em cursinhos e Faculdades. Hoje faz palestras voltadas à motivação educacional. Capacitação para professores e articulistas de portais voltados à Educação. É membro da Academia de Letras do Brasil. Acesse seu site: www.professoralexdefranca.wordpress.com Facebook: Prof. E Escritor Alex de França Aleluia Twitter: @escritoralexf

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