Reajuste de mensalidades escolares 2015
Existe uma legislação específica para reajuste de preços das escolas particulares em todo Brasil, mas poucas seguem as regras determinadas e ficam sujeitas a intervenções do Procon ou consequências do mal planejamento do orçamento
A Lei 9870 determina que as escolas particulares possuam como comprovação de seu índice de reajuste de mensalidade, uma planilha de custos ou análise financeira. Este trabalho deve ser iniciado entre Julho e Agosto, para ter tempo hábil do fechamento do preço 2015 da anualidade escolar, em vista do período de matrículas que vai de agosto a dezembro.
A mesma lei determina que o preço contratual seja anunciado em até 45 dias do término do período de matrículas. E neste processo não se pode excluir os valores cobrados como matrícula, que é uma espécie de 13ª parcela da anuidade para a maioria das escolas, se este valor não constar como parte integrante no contrato, compondo a anualidade, poderá ser reclamado e a escola ter de descontar o valor da matrícula nas mensalidades, não é ilegal a cobrança já que a Lei acima citada diz que o pagamento da anualidade poderá ser feito em 12 parcelas ou mais, facultado acordo entre as partes.
Em resumo, a análise financeira faz um levantamento médio de todas as despesas da empresa, como folha de pagamento, impostos, aluguel, material de escritório, água, luz, telefone etc. O total destas despesas deverá ser distribuído ou rateado por nível de ensino, a fim de alocar as despesas correspondentes em cada ano acadêmico com a finalidade de se obter o custo daquele curso ao longo do ano.
O grande problema deste trabalho, é a própria legislação brasileira, como o processo de reajuste da mensalidade ocorre antecipadamente, e ainda, como não se permite alteração nos valores ao longo do ano letivo, é um verdadeiro malabarismo de números chegar a um valor confiável e seguro.
É preciso considerar qual será a inflação que se terá diretamente nas despesas e projetar isto na planilha, assim como se não houver índice firmado, projetar os reajustes salariais da categoria de professores e auxiliares para 2015.
As consequências de não efetuar um trabalho bem feito são graves, pensando apenas sob a ótica comercial, “errar” o preço para cima, passará a impressão de um serviço caro pelo que oferece, e resultará na possível perda de alunos, “errar” para baixo, causará um ano inteiro de prejuízo, sem nenhuma possibilidade de corrigir a trajetória, e é comum escolas cometerem erros assim por anos seguidos, e chegarem ao ponto de fecharem as portas sem ter noção do que aconteceu, mesmo com muitos alunos, o dinheiro que entra é menor do que o que sai.
Parece complexo, mas é importantíssimo, o planejamento é a alma de qualquer negócio, e se você até hoje não fez algo próximo do que falamos acima, está na hora de mudar, afinal nenhum produto ou serviço no mundo tem seu preço “chutado ou estimado”, é preciso exatidão no mundo financeiro pois ele é cruel e não perdoa erros, afinal como dizia um antigo professor, a matemática é uma ciência exata.
Por Alan Castro Barbosa
Alan Castro Barbosa é especialista, coordenador de cursos e palestrante na área de gestão de marketing e de serviços para a área escolar. Publica artigos no site da Revista Direcional Escolas (www.direcionalescolas.com.br) e em www.administradores.com.br. Mais informações: http://www.castrosites.com