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Guia para Gestores de Escolas

Robótica: Conhecimento interdisciplinar

O denso processo educacional destaca, especialmente na atualidade, a emergência de novas/outras metodologias, desenvolvimentos, interações e formatos que englobam a relação ensino-aprendizado e que sejam praticados em sala de aula. Compreendendo que as múltiplas experiências de ensino, as metodologias ativas e os planos de ensino flexíveis e personalizados estão em expansão – e cada vez mais presentes no cotidiano escolar – utilizar ferramentas diversas e multidisciplinares que contemplem as demandas dos/as estudantes integra as características educacionais para a contemporaneidade.

Nos desdobramentos que transitam nas salas de aula, observamos algumas alterações significativas como, por exemplo, a crescente inserção de projetos que trabalham com a robótica no plano educacional. No contexto da expansão de múltiplas experiências, a robótica educacional adentrou as instituições com o intuito de propor interessantes relações com o conhecimento. Aliando a teoria e a prática, a robótica consegue trabalhar conceitos e aplicações de diversas disciplinas, propiciando uma aula dinâmica, envolvente e multidisciplinar.

Maria Carolina Araujo, Diretora de Ensino do Anglo Alante, destaca que a robótica como ferramenta educativa pode impactar diretamente no desenvolvimento dos/as estudantes. Por meio da robótica, ela diz, além de uma aprendizagem prática mais “mão na massa” sobre diversas áreas (como Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática), “é possível desenvolver competências fundamentais para uma formação mais completa dos alunos, como comunicação, pensamento crítico, colaboração, resolução de problemas e liderança”.

Nesse sentido, a partir dos primeiros anos da infância os/as estudantes podem começar a ter contato com a robótica, já que estímulos são fundamentais para o desenvolvimento desde pequenos. “É nessa fase que habilidades como a atenção, a motivação, o autocontrole, a sociabilidade devem ser trabalhados por meio de atividades adequadas à idade”, afirma a diretora. “Por esse motivo, o ensino de robótica deve estar presente desde a Educação Infantil. No Anglo Alante, a partir do Infantil 3, os alunos já possuem um tempo destinado na grade para o assunto”, completa.

De acordo com a diretora, a escola tem parceria com um programa de robótica de uma empresa especializada na área, com um tempo na grade destinado ao tema para os alunos da Educação Infantil e todo o Ensino Fundamental. O programa se utiliza de conjuntos da LEGO Education, possibilitando que alunos resolvam problemas em equipe e criem robôs. “As aulas despertam muito interesse e costumam ser os momentos de maior empolgação entre os alunos, pelas possibilidades de trocas divertidas e de aprendizados. Além disso, ao final do ano, temos um evento voltado para Ciência e Tecnologia no qual os alunos apresentam seus projetos desenvolvidos para toda a comunidade escolar, o que gera ainda maior comprometimento durante as aulas”, completa.

Para os/as gestores/as que pretendem criar laboratórios de robótica nas escolas, uma dica importante, segundo a diretora do Anglo Alante, é pensar em espaços que sejam multiuso, já que um laboratório de robótica não precisa ser criado exclusivamente para esse fim. “Sabemos que muitas vezes as escolas não possuem tantos ambientes físicos disponíveis, por isso, projetar uma sala em que diversas áreas possam usufruir do espaço é um dos principais diferenciais para conseguir aplicar o programa de forma consciente e eficaz. Um exemplo é criar um laboratório dividido em estações com materiais de ciências, robótica, artes…”, destaca.

TECNOLOGIA EDUCATIVA E INOVADORA

No Colégio Marista Colatina (ES), a robótica desempenha um papel fundamental no desenvolvimento estudantil e essa importância tem sido evidente, sobretudo no projeto de construção do robô semeador, que tem conquistado a boa aceitação e participação dos/as alunos/as.

Compreendendo que a robótica não se resume à montagem de peças mecânicas e eletrônicas, mas também envolve planejamento, organização e raciocínio lógico, a “magia não surge da junção de materiais, mas da mente humana aplicando conhecimentos para criar algo funcional e inovador”, comenta o professor Guilherme Netto. Dessa forma, a partir dessa abordagem, a robótica contempla não apenas o aprendizado das ciências e tecnologia, mas também explora a criatividade e incentiva busca por soluções inovadoras de problemas.

Alunos do Colégio Marista Colatina durante a construção do Robô Semeador

Inspirados em ideias de exploração espacial e colonização de outros planetas, os/a estudantes se dedicaram a criar um robô capaz de semear com eficiência e sustentabilidade. O uso de peças de Lego para construir o “Robô Semeador” demonstra a preocupação com o meio ambiente e a capacidade de utilizar recursos disponíveis de forma inteligente e inovadora.

O projeto do robô permite aos/às alunos/as entenderem a importância da automação e da tecnologia na agricultura, em grandes plantações e na agricultura familiar. O projeto possibilita, também, a expansão da ideia inicial, modificando os controles de Lego para uma placa de programação de Arduino e a utilização de energia solar, por exemplo, destacando a preocupação com a sustentabilidade e a eficiência energética, conceitos essenciais para o futuro da agricultura. (RP)

Saiba mais:

Colégio Marista Colatina – [email protected]

Maria Carolina Araujo – [email protected]

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