Dica — Sala de leitura: ambientes criativos convidam à interação com os livros
Dicas para Diretores de Escolas
Matéria publicada na edição 67 | Abril 2011 – ver na edição online
Durante a última semana deste mês de abril, a unidade 1 da Escola Carlitos, localizada na Santa Cecília, região central de São Paulo, estará em festa literária. Crianças da Educação Infantil e Ensino Fundamental I receberão os pais em sessões de contação de histórias, apresentarão livros de produção própria (1º e 2º anos), farão leituras de fábulas e crônicas (3º e 4º anos) e terão exposições sobre a história da leitura, da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, e da recém-reinaugurada Biblioteca Mário de Andrade, em São Paulo. “A ideia é que os alunos vivenciem a prática social da leitura que existe nas feiras literárias, em que os autores leem trechos de suas obras”, afirma Laura Piteri, diretora pedagógica do Ensino Fundamental I.
Segundo Laura, a Escola Carlitos sempre deu prioridade à valorização e ao desenvolvimento do hábito da leitura em seus 30 anos de história. Desde a Educação Infantil, as crianças assistem a uma aula semanal na biblioteca e, conforme o ciclo escolar, escutam histórias produzidas pelas professoras, desenvolvem uma interpretação pública das obras que leem, “atividades que têm a finalidade de desenvolver o gosto pela leitura”. Neste sentido, a instituição oferece uma boa infraestrutura física e de recursos, “com ambientes convidativos, agradáveis, bem iluminados, organizados e limpos”, diz Laura Piteri.
Segundo a diretora, há três bibliotecas na escola (Cecília Meirelles, Tatiana Belinky e o Centro de Documentação) que oferecem um acervo bastante diversificado, com vários exemplares da mesma obra, classificados e disponibilizados de forma a que as crianças possam localizá-los. As bibliotecas têm ainda espaços apropriados para o compartilhamento da leitura, como uma sala anexa tipo “arena” no espaço Tatiana Belinky, do Fundamental I. Na Educação Infantil, a biblioteca Cecília Meirelles traz diversas poltronas pequenas, “arrumadas em círculos”, com caixas e estantes de livros também adaptados ao tamanho das crianças. E no Fundamental II, “um ambiente mais despojado”, contíguo ao Centro de Documentação, oferece pufes e tapetes para que os adolescentes “se esparramem” e apreciem um acervo especial de histórias em quadrinhos.
Os ambientes favorecem o compartilhamento da leitura, trabalhando “as habilidades de escutar a língua escrita, de dialogar, dividir emoções, ler e construir sentidos, escrever e registrar uma história”, observa a diretora. Para o roteirista Márcio Araújo, autor de vários episódios do Cocoricó, programa infantil produzido pela TV Cultura e premiado pela Unesco, uma das boas alternativas para as escolas são os chamados “varais literários”, em que o aluno disponibiliza para o colega uma obra que tenha acabado de ler, deixando ainda seus comentários em murais.
Formado em Artes Plásticas, Márcio Araújo trabalhou em escolas e ainda hoje participa de bate-papos com estudantes, especialmente sobre sua mais recente obra, “Figurinha Carimbada” (Editora Escrituras – Girafinha, 2008), livro infanto-juvenil indicado ao Prêmio Jabuti e distribuído a todas as bibliotecas públicas do País pelo Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL).
Saiba+
LAURA PITERI – [email protected]
MÁRCIO ARAÚJO – www.marcioaraujo.com.br
PLANO NACIONAL DO LIVRO E LEITURA (PNLL)
Índices e Pesquisas de Leitura, Leis do Livro, Planos de Leitura, Entidades do Livro, Bibliotecas Virtuais e outras informações sobre o Livro e Leitura.
www.pnll.gov.br