Saúde mental: Cuidado e acolhimento
O cuidado com a saúde mental tem adentrado cada vez mais no cotidiano escolar, evidenciando a urgência – e a necessidade – em intensificar práticas e ações no dia a dia da escola que sejam direcionadas ao acolhimento e à atenção com a saúde mental de estudantes, docentes e funcionários. Essa temática, tão presente nas discussões atuais, trazem à tona as reverberações negativas que a ausência de cuidado emocional pode impactar em todas as pessoas que integram a comunidade de cada escola.
IMPACTOS NEGATIVOS
De acordo com Karen Scavacini, doutora em Psicologia pela USP e fundadora do Instituto Vita Alere, aponta que a ausência do cuidado com a saúde mental pode afetar o rendimento de cada estudante, como o aparecimento de sintomas ansiosos e de depressão que podem levar à dificuldade de concentração e de retenção de conteúdo. “Além disso, problemas emocionais podem aumentar o absenteísmo escolar, pois alunos em sofrimento tendem a evitar a escola”, diz.
“Outro impacto é no comportamento: alunos com questões de saúde mental podem apresentar maior irritabilidade ou desmotivação, o que pode gerar conflitos em sala de aula e afetar o clima escolar, dificultando o aprendizado não só para eles, mas também para os colegas. A questão da violência escolar, do bullying, dos casos de autolesão e de suicídio, também são sinais de que os alunos precisam de atenção nessas áreas”, complementa Scavacini.
PAPEL DA ESCOLA
O ambiente escolar é um espaço estratégico para promover a saúde mental positiva para crianças e adolescentes, sobretudo pelo longo período que estudantes passam diariamente nas instituições. “A escola tem um papel importante no mapeamento de situações de risco, no acolhimento dos alunos e no apoio aos professores e funcionários para promover um ambiente saudável e seguro”, destaca Luiz Otávio Ciurcio Neto, coordenador do Poliedro Curso de São Paulo.
De acordo com o coordenador, a escola deve ser um espaço de apoio mútuo, oferecer recursos e treinamentos para ajudar a lidar com questões de saúde mental e promover um ambiente positivo. Na prática, “as escolas podem implementar programas de acolhimento, realizar atendimentos individuais focados no rendimento acadêmico e no bem-estar socioemocional dos estudantes, promover atividades que incentivem a integração entre os jovens e fomentar espaços para conversas sobre sentimentos”, aconselha.
“Uma escuta ativa e livre de julgamentos faz toda a diferença na relação de confiança com o estudante. Manter uma comunicação aberta e constante com famílias e estudantes, além de realizar atendimentos com flexibilidade, de acordo com as necessidades individuais de cada aluno, são ações importantes para garantir um suporte abrangente e inclusivo dentro do ecossistema educacional”, finaliza Neto. (RP)
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Luiz Otávio Ciurcio Neto – [email protected]