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Saúde mental – Efeitos do isolamento social

Diante da rápida ascensão e contaminação do coronavírus em escala mundial, a principal recomendação das autoridades de saúde, especialmente da Organização Mundial de Saúde (OMS), é a adesão do isolamento social para todos e todas como um dos critérios de combate e propagação da Covid-19. Assim, a alteração no cotidiano social foi pautada pelo isolamento, refletindo nas escalas pessoal, profissional e educacional.

Se, por um lado, as ações preventivas da quarentena foram aplicadas para assegurar a saúde de todos e todas, por outro lado emerge um questionamento ligado diretamente a essas ações de cuidado: quais os efeitos na saúde mental que o isolamento social pode causar?

O médico psiquiatra Cirilo Tissot nos conta que características individuais – como temperamento, idade, adaptação a situações desconhecidas, nível de segurança sobre a própria identidade, entre outras – podem diminuir ou aumentar a sensação de estresse no período de isolamento. Além das características individuais, ter o convívio familiar interrompido pelo isolamento pode gerar sofrimento e desenvolver sintomas psíquicos.

“As situações vividas como estressantes podem ser traumáticas, seja por desconhecimento dos atributos da nova realidade, pela perda de uma rotina que poderia nem ser satisfatória, mas que era conhecida, ou pela indefinição de parâmetros que poderiam dar luz ao caminho a ser seguido na busca pela saída da reclusão. O contexto do adoecimento é aquele determinado por uma reação de defesa do tipo luta ou fuga. Onde o incômodo e o clima de alerta constante reforçariam em nós mais de nós mesmos”, diz Tissot.

Em um cenário atípico como esse trazido pela pandemia é, de certa forma natural, que a condição de isolamento – recomendada como uma medida preventiva – traga algum tipo de sofrimento mental “decorrente do medo e das perdas inerentes ao processo. A dica está em reconhecer e aceitar a normalidade de nos sentirmos angustiados nestas condições”, afirma o psiquiatra.

Na prática, algumas ações podem ser trabalhar cotidianamente para tentar amenizar sentimentos negativos. Segundo a psicóloga Rita de Cássia Chagas, é interessante organizar melhor o dia estabelecendo uma rotina. “Mantenha um horário para acordar, um horário para as refeições e faça atividades físicas. A atividade física ajuda muito a manter tanto a saúde física como a saúde mental, e é possível fazê-la em casa. É importante manter um horário diário para se exercitar”, destaca.

“Outra dica, é buscar pequenas atividades prazerosas no dia a dia: ouvir suas músicas preferidas, cozinhar, jogos, games. Procure identificar o que te dá prazer. Você tem um hobby? Gosta de trabalhos manuais? É hora de investir tempo nestas atividades. Cuide-se! Essa fase vai passar!”, finaliza a psicóloga. (RP)

Saiba mais:
Cirilo Tissot – [email protected]
Rita de Cássia Chagas – [email protected]

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