Tenha consciência de que você não é um diretor e nem coordenador
Colunas e Opiniões
Mudanças no cenário competitivo
Vivemos o mesmo fenômeno ocorrido com o ensino superior, a consolidação do mercado por grandes grupos educacionais em busca de um negócio com uma estimativa de 60 bilhões anuais somente em mensalidades, inadimplência reduzida se comparada ao ensino superior, maior tempo de vida útil do aluno e baixa consolidação do mercado E ainda a grande possibilidade de o governo aprovar um projeto similar ao FIES do ensino superior, o Voucher estudantil. Neste sistema, o governo financia a educação do aluno e ele ou a sua família é livre para escolher a instituição de ensino particular na qual deseja estudar.
O que fazer diante deste cenário? Não existe milagre quando se aumenta a oferta e se mantém a demanda. As escolas precisam aumentar os índices de qualidade da prestação dos seus serviços, conhecer bem sua instituição e a concorrência, reduzir custos e focar nas vendas. Para que isso ocorra, é necessário rever seus processos e colocar as ações em prática.
Papel do líder em uma instituição de ensino
Em uma empresa de grande porte, os executivos do primeiro escalão têm como principais funções: estruturar o plano tático, analisar o dashboard[1], tomar decisões estratégicas e participar de reuniões de conselho. Possuem pouco tempo para tarefas operacionais, delegadas aos seus subordinados.
Os gerentes, que no meio educacional são denominados coordenadores, nas corporações de grande e médio porte têm a função de analisar e propor estratégias para aprimorar a qualidade dos serviços e produtos oferecidos, abastecer o dashboard com os KPIs[2] e aumentar o desempenho do seu time.
Os supervisores, função rara no meio escolar, tem o papel de microgerenciar, isto é, verificar diariamente se as atividades realizadas atendem aos parâmetros pré-estabelecidos, aferir os resultados, propor imediatamente a correção de rotas, dar feedbacks e relatar os acontecimentos aos seus superiores.
No caso das escolas, os mantenedores e diretores devem exercer o papel de gerentes e acompanhar o desempenho dos departamentos por meio de KPIs nas reuniões semanais. Já os coordenadores precisam assumir o papel de supervisores e acompanhar tête-à-tête o seu time, que no caso das escolas é o corpo docente.
Liderança efetiva e analítica
Uma instituição de ensino terá mais dificuldade em implantar novas ações de gestão sem a presença de uma liderança efetiva, pois, para que isso ocorra, os colaboradores precisarão sair da zona de conforto, estar confiante ao se deparar com o novo, quebrar paradigmas e mudar algumas atitudes.
Quando uma nova cultura é instituída sem a presença de um líder, os professores podem encará-la como uma imposição e um autoritarismo, deixando-os infelizes e desmotivados. Os líderes têm o papel de:
- Introduzir uma cultura avaliativa, evitando ao máximo o julgamento;
- Incluir e monitorar a performance da equipe em busca das metas e objetivos estabelecidos;
- Praticar um feedback permanente e contínuo;
- Adotar critérios para medir a qualidade e efetividade por meio de avaliações periódicas.
[1] Dashboard: é um tipo de interface gráfica do usuário que geralmente fornece visualizações rápidas dos principais indicadores (KPIs) de desempenho da empresa.
[2] KPIs – Key Performance Indicators ou, em português, indicadores-chave de performance, são indicadores que ajudam a mensurar se as ações da escola atendem, de forma efetiva, aos objetivos do seu plano de ação.