Dica — Laboratórios de Matemática: como adaptar os espaços ao novo currículo do ensino médio
Matéria publicada na edição 76 | Março 2012 – ver na edição online
O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou, em 4 de maio de 2011, novas diretrizes para a estrutura curricular do Ensino Médio. Na prática, a resolução, promulgada pelo Ministério da Educação (MEC) em janeiro deste ano, permite às escolas adotar um projeto político-pedagógico que contemple quatro eixos cognitivos comuns a todas as disciplinas: Ciência, Tecnologia, Cultura e Trabalho.
Uma das finalidades é sustentar um método de ensino que trabalhe menos com a memorização e priorize a capacidade de raciocínio do aluno. Nesse sentido, o enfoque é um aprendizado permanente através da assimilação de conteúdos em situações de interesse sociocultural. No caso da disciplina de Matemática, as novas diretrizes ditam que o ensino de operações e a resolução de questões devem transcender os cálculos em si, a fim de que os alunos tenham competências para solucionar problemas de qualquer natureza, e ainda, independente da circunstância, fazer escolhas, elaborar críticas e propostas.
Kátia Stocco Smole, especializada em formação continuada de professores, expõe que a maioria das instituições ainda tem por metodologia um ensino de Matemática clássico, pautado nas origens das primeiras escolas militares do País. ”O currículo é totalmente centrado em técnicas e exercícios simplificados, baseado apenas em memória de treino. É preciso avançar”, argumenta.
As professoras Juliana Rizzitano e Aline Dutra Ramos, e o coordenador Paulo Rota, do Ensino Médio da Escola Viva, situada na zona sul de São Paulo, acreditam que aulas regimentadas não constroem situações da vida real. Para um conceito ser efetivamente compreendido, acrescenta Smole, é importante aplicá-lo em diferentes contextos, e de preferência, complexos. Nesse sentido, os educadores da Escola Viva dizem que para garantir a aprendizagem permanente, são imprescindíveis aulas dinâmicas, que contemplem a diversidade e promovam uma integração entre os conhecimentos já adquiridos e os novos desafios do cotidiano. “A tecnologia é uma das ferramentas mais eficientes para essa mediação”, ressaltam.
O novo método de ensino de Matemática, explicam, “incorpora experiências e mescla recursos utilizados ao longo do tempo, como ábaco e calculadora, lousa e Datashow, livro e computador, compasso e GeoGebra (software gratuito e multiplataforma para todos os níveis de ensino, que combina geometria, álgebra, tabelas, gráficos, probabilidade e estatística)”. O desafio é explorar as diferentes ferramentas tecnológicas a favor da aprendizagem. “É interessante as escolas aproveitarem ambientes virtuais que possibilitem, por exemplo, tarefas online e o acesso a documentos utilizados na sala de aula”, opinam as professoras e o coordenador da Escola Viva.
No que diz respeito à adaptação de espaço para comportar o novo método, eles sugerem como laboratório a própria sala de aula. “A Escola Viva está trabalhando na transformação do espaço da sala de aula, que pode ser desconstruída e reconstruída ao sabor de diferentes propostas pedagógicas”, complementam. (Por Tainá Damaceno)
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Kátia Stocco Smole
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Paulo Rota
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