Dicas — Tanque de Areia
Matéria publicada na edição 56 | Março 2010 – ver na edição online
Cuidados que asseguram uma recreação saudável.
Os tanques ou caixas de areia figuram como componentes indispensáveis nas escolas, principalmente nas de Educação Infantil, por desempenharem um importante papel no desenvolvimento psicomotor e emocional das crianças. Na Escola Bola de Neve, criada há mais de 40 anos no Jardim Paulistano, em São Paulo, o tanque de areia serve como espaço de socialização para os menores que ingressam no ambiente escolar, e de recreação junto às crianças que atingem uma autonomia um pouco maior, entre 3 e 5 anos. “Ele oferece múltiplas possibilidades”, afirma a pedagoga e diretora Theodora Maria Mendes de Almeida, autora, entre outros, do recém-lançado livro “Bebê e Babá, muito além de cuidar” (Grupo Editorial Scortecci).
Segundo a educadora, o contato com a areia é “o momento mais encantador para a criança, pois dá prazer a elas”. Assim, o espaço acaba sendo utilizado no momento de adaptação na escola, pois facilita o contato com os educadores e os colegas. Já entre os maiores, serve como ambiente de relaxamento, de invenção de novas brincadeiras ou até de compenetração. Conforme observa Miguel Sinkunas, diretor de Químicos e Dosadores da Abralimp (Associação Brasileira do Mercado de Limpeza Profissional), ao desempenhar esses papéis, a areia se torna um item de difícil substituição, “visto a natural atratividade que exerce sobre as crianças”.
Nesse sentido, cabe às escolas cuidar bem do espaço. Na Bola de Neve, realiza-se diariamente o peneiramento de folhas e objetos estranhos ao local, remexendo-se nos grãos de forma a evitar que acumulem umidade. Todas as noites a areia é coberta. A diretora recomenda a troca do material pelo menos a cada dois anos, além do uso da areia colorida, que atrai mais as crianças e afasta animais como os gatos. São procedimentos que coincidem, por exemplo, com as recomendações de higienização e manutenção feitas pela Abralimp.
Segundo Miguel Sinkunas, eventuais perigos relacionados às caixas de areia têm origem na umidade, granulometria (grãos muito finos podem ser aspirados) e contaminação. “A caixa segura é aquela que contém areia seca, de tamanho selecionado e livre de materiais estranhos”, evitando a “proliferação de parasitas, bactérias e fungos”. Na verdade, os cuidados começam na construção do tanque. A diretora do Bola de Neve recomenda a escolha de uma área externa que tome bastante sol, afastando riscos com a umidade. Já Miguel Sinkunas destaca a necessidade de se utilizar materiais impermeáveis e se possível um sistema de drenagem, em local distante de terras, gramas e folhas. Sugere ainda lavar bem a caixa antes do seu preenchimento, “com aplicação final de bactericida à base de quaternário de amônia ou Clorexidina”, deixando “secar naturalmente e evitando luz solar”. O diretor da Abralimp propõe preenchê-la com uma areia “com granulometria mais grossa”, além de protegê-la quando não estiver sendo utilizada, com uma “cobertura impermeável resistente e de fácil colocação, que deverá lacrar perfeitamente a caixa”.
Miguel deixa ainda algumas dicas de manutenção, como impedir o acesso ao tanque de crianças sem fraldas, comidas e bebidas, bem como o seu uso em dias chuvosos; limpá-la diariamente com um rastelo fino; revolvê-la periodicamente, passando a areia do fundo para cima, “preferencialmente sob luz solar – isto ajudará a mantê-la seca e mais fofa, evitando machucaduras”; e, finalmente, programar uma troca periódica do material. A ocasião deverá ser aproveitada, acrescenta, para a lavagem da caixa, conforme os procedimentos descritos acima.