Dica — Pinturas
Matéria publicada na edição 52 | Outubro 2009 – ver na edição online
Em cada ambiente, a escolha certa de tintas e colorações.
Por Rosali Figueiredo
Fachadas, muros, salas de aula, pátio, quadras poliesportivas, biblioteca e laboratórios recebem um cuidado especial quando o assunto é pintura. Mas também banheiros, tetos e refeitórios merecem muita atenção. É importante adotar alguns critérios no momento de se escolher as cores e os padrões técnicos que serão aplicados. Nos tetos, por exemplo, “em tese seria possível optar por tintas econômicas ou standard, no acabamento fosco”, observa Douver Gomes Martinho, coordenador do Grupo de Trabalho de Tintas Imobiliárias do Sindicato da Indústria de Tintas e Vernizes do Estado de São Paulo (Sitivesp). No entanto, ressalva, “se o teto for de banheiro ou de áreas mal ventiladas, é necessário utilizar tinta que contenha mais fungicida e elimine a possibilidade do aparecimento de bolor”.
Outro exemplo: nos refeitórios, em lugar das tonalidades neutras, “é interessante trabalhar com cores de comida, como o verde, o vermelho e o amarelo, quebrando o aspecto de desânimo”, orienta a arquiteta Alessandra Batistela. Alessandra sugere a aplicação de imagens de frutas e legumes nas paredes, “com cores vivas e estimulantes para a criança se alimentar”. Para os banheiros, nada de cinza ou bege. “Eles devem ser sempre brancos, incluindo as louças sanitárias, porque isso dá uma sensação de limpeza e higiene”, observa.
Assim, as tonalidades, além das características físicas da tinta, devem orientar a pintura nas escolas. A arquiteta Alessandra Batistela recomenda tons pastéis nas salas de aula, para que transmitam conforto e tranquilidade. Uma boa pedida é o verde água ou azul claro, uma vez que tonalidades fortes “cansam e forçam a visão”. Na biblioteca deve prevalecer o mesmo perfil, “mas uma de suas paredes pode trazer tons mais quentes ou painel fotográfico que remeta ao tema da leitura”, ressalva.
Já a brinquedoteca precisa apresentar “cores mais alegres, é um ambiente em que a criança fica pouco tempo”, justifica. Alessandra diz que o ideal mesmo é trabalhar o ambiente com contrastes, em cores quentes e frias, um jogo que estimula a criatividade, “principalmente nos tons de laranja e vermelho”. Este é o caso da brinquedoteca do Colégio Magister, uma verdadeira minicidade inaugurada no ano passado. Segundo Karin Regina Martinho Nogueira, diretora administrativa da escola localizada no Jardim Marajoara, zona sul de São Paulo, as cores utilizadas estão de acordo com a faixa etária e o projeto pedagógico. Réplicas de prefeitura, escola, clínica médica, casa, teatro, pistas de trânsito e salão de beleza, entre outros, estão pintadas de acordo com as suas finalidades.
Para as áreas de circulação, como o pátio, corredores, muros e muretas, Alessandra defende o uso de colorações que “camuflem a sujeira, como marcas de mãos e pés”. “Pode ser um cinza chumbo ou um verde mais queimado. Além disso, elas são neutras, não estimulam nem apaziguam. O legal do verde é que se integra ao paisagismo local”, observa. No caso do cinza, a escola pode quebrar um pouco a sisudez da cor ao intercalar várias de suas tonalidades, ou, ainda, utilizar na altura de meia parede o padrão presente em sua logomarca ou identidade visual. Outro aspecto a ser considerado é a cor do piso; em lugar do contraste, “é importante que esteja em harmonia com o tom utilizado na parede, exceto na brinquedoteca”. Exceção também nas quadras poliesportivas, que podem ter pintura artística e temática, “contendo mensagens de otimismo e estímulo ao jogo, à competitividade”, diz.
Quanto às características técnicas da tinta, Douver Martinho, do Sitivesp, sugere para os ambientes internos e fechados produtos de resina acrílica e acabamento acetinado, sem cheiro e de baixo odor. “Recomendamos também esmalte a base de água para portas internas, pois o produto tem baixo odor e é ecologicamente correto.” Para as áreas externas, como muros e fachadas, as tintas mais indicadas são as acrílicas de acabamento fosco, diz. “Caso a superfície esteja próxima de vias de grande circulação de veículos pesados e exista a possibilidade do aparecimento de fissuras de até 2 mm, é recomendável a aplicação de tinta com resina elastomérica”, que irá cobri-las e acompanhar a movimentação, complementa.