Tecendo nossos pensamentos pedagógicos…
“A verdadeira viagem da descoberta não consiste em procurar novas paisagens, mas em possuir novos olhos”. Marcel Proust
A relação professor – aluno deve ser refletida e cuidada constantemente. Ela se dá o tempo todo, seja em sala de aula, nos intervalos, no recreio ou em eventos extraclasse. Enfim, ela se dá na vida que começa na família e seguirá por instituições secundárias, como escolas, universidades e mercado de trabalho.
Essa inter-relação deve ser o fio condutor para que haja uma verdadeira aprendizagem por parte dos alunos.
A educação é o processo pelo qual o sujeito produz-se a si mesmo como ser humano, individual e coletivo. Tornar-se humano é uma tarefa árdua, mas, é possível. O educador é aquele que, ao se construir como sujeito, se dispõe a auxiliar o outro, o educando, na tarefa de construção de si mesmo. O trabalho de educar pessoas exige o envolvimento com o conhecimento e com o processo de desenvolvimento humano ou, como diz Rubem Alves, exige que se trabalhe com o conhecimento-ferramenta necessário à nossa vida prática na sociedade e com o conhecimento-brinquedo, para alimentar nossa alma humana em sua jornada para sustentar nosso desejo de ser educador.
Para que ocorra uma boa relação professor-aluno é preciso que olhemos de maneira cuidadosa e crítica para os nossos processos formativos. Afinal, a maneira como nos entendemos educadores hoje depende em boa medida das experiências educativas que experimentamos em etapas anteriores de nossas vidas.
É preciso sempre lembrarmos que somos seres de desejos e de sonhos.
A vida de todos são marcadas por experiências boas e ruins, positivas e negativas, que sugerem crescimento ou anulação.
Eu acredito que a educação é um encontro de amor, um sonho e um desejo a se realizar. Todo conhecimento começa com o sonho e com o desejo de querer aprender.
Acreditem, pois de nada serve tanto conhecimento se não houver uma evolução do pensar e, principalmente, do ler nas entrelinhas (entender o que é dito além das palavras). Educar, então, parte do desejo do querer e, principalmente, de acreditar.
Quem de nós, educadores, em algum momento não se encontra fragilizado e desamparado diante de tantos desafios que a educação nos coloca? Acreditem, isso é um bom sinal, é um sinal de que estamos vivos e atuantes. Não podemos fazer parte de um grupo de pessoas que, tudo o que vemos acontecer passou a ser normal – a famosa normalidade –, deparar com jovens morrendo e matando, com o caos que as grandes cidades se encontram, com a política vazia de ética e ideais… a normalidade não pode nos alienar.
Nós educadores, seres intelectuais e críticos, não podemos nos restringir apenas a um discurso denunciante, ou simplesmente “dar aulas”, “cumprir o programa”. O momento é de falar “a palavra deve andar”, deve questionar, deve ENSINAR!
Faço um convite a cada um de vocês: sejamos verdadeiros educadores (aquele com brilho nos olhos). O verdadeiro educador jamais morre, jamais se cala diante da “normalidade”.
“Eu acho que uma das coisas melhores que eu tenho feito na minha vida, melhor do que os livros que eu escrevi, foi não deixar morrer o menino que eu não pude ser e o menino que eu fui, em mim”. Paulo Freire