Transporte inadequado de mochilas escolares pode comprometer estruturas da coluna. Saiba como evitar
A fisioterapeuta Samantha Sanches alerta que as dores provocadas pelo transporte inadequado das mochilas entre as crianças e adolescentes podem evoluir para problemas mais graves, “em que a coluna terá suas estruturas comprometidas pelo sobrepeso, e assim desgastará num processo evolutivo e não regenerativo”.
Qualquer que seja a idade da criança ou adolescente, os pais precisam ficar atentos no que diz respeito ao controle do peso da mochila, aponta Sanches, que explica: “independente da estrutura corporal, o ideal seria não ultrapassar os 10% do peso corpóreo, chegando ao máximo num nível limite de 15% do mesmo peso. Ou seja, podemos classificar como: adequado (=<10%); aceitável (>10 a 15%); e inadequado (>15%) do peso corporal. Como exemplo, se a criança pesa 30 quilos, ela poderá carregar uma mochila com até 3 quilos”, orienta.
A especialista também ressalta o cuidado na maneira de conduzi-la: “devemos transportar carga de maneira simétrica, portanto, o modelo de mochila que mais atende a essa exigência é aquele de costas com duas alças, que pode ser transportada nos dois ombros, evitando-se, assim, sobrecargas das estruturas da coluna”.
Segundo o presidente do Crefito em São Paulo (Conselho de Fisioterapia e Terapia Ocupacional do Estado), Gil Lúcio Almeida, qualquer peso transportado deve estar o mais próximo do corpo possível e isso se aplica às mochilas. “Se usá-las nas costas, o importante é que o peso esteja dividido entre os dois ombros e os livros mais pesados sejam colocados na parte interna, que fica em contato com as costas”, recomenda.
Ao carregar uma mochila, sugere Almeida, é importante que o usuário se imagine vestindo uma roupa a mais, que fique bem ajustada ao seu corpo. “A mochila não deve provocar inclinações exageradas no seu tronco para frente, para trás e para os lados. Tampouco se imagine um robô achando que deve ficar sempre reto como se fosse um poste. Pare na frente de um espelho, olhe as curvas de seu corpo de todos os ângulos. Vista a mochila, pare novamente na frente de um espelho e se veja de frente, por trás e de lado. Se as curvas de sua coluna não ficarem modificadas com a mochila é sinal que está tudo certo”, explica o presidente do órgão.
Por outro lado, se a criança reclamar de dor nos ombros, costas, quadril e joelhos e precisar fazer paradas contínuas ao longo do trajeto até a escola, ele aconselha: “é hora de parar de usar a mochila e procurar o quanto antes um fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional”.
Por Tainá Damaceno
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Gil Lúcio Almeida
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