Encontros com profissionais e programas específicos auxiliam escolhas entre alunos
Os nomes dos eventos ganham nomes diferenciados – feira, fórum ou encontro, mas o propósito das escolas é comum: colocar os estudantes em contato com profissionais das mais diferentes áreas, com vistas a ajuda-los a ter um pouco mais claras as opções do mercado que são compatíveis às suas habilidades, sonhos e projeto de futuro. No último mês de maio, seis grandes escolas de São Paulo, Capital, desenvolveram atividades na área.
O Colégio Pio XII, localizado no bairro do Morumbi, vinculado à ordem dos franciscanos, fez uma parceria com duas outras escolas da rede, estabelecidas na zona Leste – o Colégio Franciscano São Miguel Arcanjo e o Colégio Franciscano Nossa Senhora do Carmo (Francarmo), e reuniu os estudantes em um evento único, durante manhã e tarde do sábado, dia 14 de maio. Segundo a orientadora educacional do Pio XII, Fátima Miranda, a feira anual teve a participação de estudantes do 9º ano e do Ensino Médio e reuniu 48 profissionais, que ocuparam as salas de aula para falar sobre suas respectivas áreas de atuação (em três ciclos de conferências distribuídos ao longo do dia). As palestras foram precedidas, no entanto, pela apresentação da montagem teatral “Tensão pré-vestibular: diálogo entre o conhecimento e a emoção”, do Grupo Olhart. “A peça procurou mostrar que a dúvida e a angústia da escolha é real, é para todos”, disse.
No Colégio Pio XII, o trabalho de orientação profissional começa já no 9º ano, quando os estudantes começam a participar da feira, que acontece há quatro anos. Mas um trabalho mais sistemático é realizado a partir do 1º ano do Ensino Médio. Nesse momento começa a ser oferecida uma aula semanal dentro da estrutura curricular, direcionada a abordar “os hábitos dos adolescentes altamente eficazes”. “Nosso propósito é que o aluno trabalhe alguns hábitos e comece a fazer um rascunho de seu primeiro projeto de vida”, observou a orientadora da escola. No 2º ano do Ensino Médio, a disciplina ganha dois novos enfoques: orientação profissional e educação financeira. Nesta abordagem, a ideia é fazer com que o estudante tenha “contato com o mundo dos investimentos, com a realidade dos custos de se manter determinado padrão de vida e sobre o que fazer diante das mudanças do mundo do trabalho”. Ou seja, pretende-se que o aluno entenda que “ele pode e precisa se gerenciar”.
Do ponto de vista da orientação profissional, a escola trabalha com o 2º ano o autoconhecimento – “escolher uma profissão é escolher um estilo de vida”; a convergência entre interesses, habilidades e inteligências; e o cenário do trabalho na contemporaneidade. Finalmente, no 3º ano, a disciplina sai do currículo, mas os estudantes que ainda permanecem em dúvida, são atendidos no horário invertido, em dinâmicas de grupos com doze integrantes. São oito sessões, que duram de dois a três meses, observou Fátima. “Promovemos testes psicológicos, discussões e até encontros com familiares se o aluno solicitar”, disse Fátima, lembrando que a dinâmica envolve até mesmo orientação sobre as universidades e demais instituições de ensino superior.
Colégio Albert Sabin
No Colégio Albert Sabin, situado na zona Oeste de São Paulo, o Fórum de Profissões de 2011 aconteceu nos dias 20 e 21 de maio. O evento foi aberto na noite do dia 20, para alunos do Ensino Médio e familiares, por uma palestra do educador e escritor Eugênio Mussak.
Graduado em Medicina pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), professor da FIA-USP e da Fundação Dom Cabral, Eugênio é considerado um dos principais conferencistas sobre liderança, metacompetências e profissões do País. No Sabin, falou sobre “Metacompetência – O Novo Paradigma”, propondo “uma reflexão e reorientação dos conceitos que levam ao sucesso por meio do equilíbrio entre os conhecimentos técnicos e humanos”. Segundo o colégio, o evento é anual e tem o “objetivo de orientar os alunos do Ensino Médio na escolha da profissão”. No sábado, dia 21, profissionais de diversas áreas falaram aos alunos sobre os cursos mais procurados por eles e sobre a experiência na área e no mercado de trabalho.
Segundo o Colégio Albert Sabin, durante o “Fórum de Profissões”, os vestibulandos têm acesso ainda “a conteúdos e informações das universidades mais conceituadas do País”. “Essas palestras contam com testes vocacionais criados para medir os interesses, as aptidões e a personalidade do aluno, e os resultados poderão orientar os estudantes a delimitar a área de atuação mais adequada ao seu perfil.”
Paralelamente, a escola desenvolve o Projeto Bicho Preguiça, junto aos estudantes do 3º ano do Ensino Médio. O programa acontece durante o ano letivo, às sextas-feiras, após o término das aulas. Para a coordenadora pedagógica do Ensino Médio, Florinda Manuchaguian, “o objetivo é relaxar e preparar o aluno para os momentos de tensão comuns durante a realização das provas. É neste período de lazer que os estudantes recebem mensagens motivacionais dos educadores e compreendem que o equilíbrio na hora da prova é determinante para um bom resultado.” São promovida atividades físicas, como aulas de alongamento e relaxamento e partidas de vôlei, aplicadas pela professora de Educação Física, Roseana Reis.
Colégio Guilherme Dumont Villares
No Colégio Guilherme Dumont Villares, o 17º Encontro de Profissões aconteceu no dia 21 de maio. Durante toda a manhã do sábado, alunos do 9º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio acompanharam a realização de mesas redondas, ouvindo o relato de profissionais sobre o percurso de suas carreiras, desde o curso superior até o mercado de trabalho. Os profissionais convidados tiveram 20 minutos para exposição e também responderam aos questionamentos dos estudantes.
O evento contou ainda com a participação de especialistas da Escola Superior de Propaganda e Marketing, das Faculdades Belas Artes e como ESPM, Belas Artes e da Universidade Anhembi Morumbi.
por Rosali Figueiredo (com a colaboração das assessorias do Colégio Albert Sabin e Guilherme Dumont Villares)