Alunos e professores sofrem com o excesso de ruídos nas escolas
Poluição sonora dentro e fora do ambiente escolar tem impactos na saúde e no aprendizado
O trânsito na rua, a freada dos ônibus a cada parada no ponto, os gritos de gol que vêm da quadra de esporte, as conversas em voz alta no corredor, sem falar da animação e algazarra dos alunos em sala de aula são barulhos tão corriqueiros nas escolas que não se percebe as consequências de tudo isso. O fato é que esse ruído em excesso pode causar diversos prejuízos à saúde, como estresse, falta de concentração e até uma progressiva perda auditiva. Os danos à audição podem ser sentidos somente na idade adulta, mas podem ter início nos primeiros anos de estudo, em meio ao barulho na sala de aula e em outros ambientes da escola.
O “barulho ensurdecedor”, reclamação de muitos professores, não é somente um jeito exagerado de se referir ao incômodo. Com o passar do tempo, alunos, professores e até funcionários, expostos diariamente a sons altos, podem ter a audição comprometida, já que a Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados (PAINPSE) tem efeito cumulativo. Quanto maior a frequência a ambientes barulhentos ao longo da vida, maiores as chances de danos à audição.
“Pais e professores precisam estar atentos para problemas de déficit auditivo de seus filhos e alunos, que muitas vezes passam despercebidos. É necessário avaliar a audição das crianças, principalmente no início da fase escolar, para evitar problemas de aprendizagem, futuros danos auditivos ou mesmo o agravamento de distúrbios já existentes”, aconselha Marcella Vidal, Fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas.
A barulheira das crianças frequentemente tem efeito multiplicador. Os alunos vão gritar para fazer ouvir sua voz entre outras crianças barulhentas. O professor, por sua vez, faz tamanho esforço para ser compreendido em suas explicações que também acaba falando muito alto sem perceber. Ao mesmo tempo, outros alunos movem suas cadeiras para frente e para trás para apanhar um lápis no chão, ir ao banheiro ou simplesmente conversar com o colega de trás. Tudo isso junto tira a concentração dos alunos, atrapalha o raciocínio e ainda traz riscos à audição.
Estudo realizado pela Universidade de Oldenburg, na Alemanha, confirmou que em muitos colégios o barulho nas salas de aula passa do tolerável. O limite suportável para o ouvido humano é de 65 decibéis, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. Acima disso, o organismo começa a sofrer danos. Para as salas de aula, a Associação Brasileira de Normas Técnicas estipula o limite de 40 a 50 decibéis. Muitas classes, no entanto, atingem 75, 80 decibéis, principalmente as que têm mais de 25 estudantes. Além disso, o barulho no pátio, na hora do recreio, pode chegar a mais de 100 decibéis.
Se pessoas com boa audição são prejudicadas, imagine um aluno que já sofre de perda auditiva. “Ouvir o professor com tanto ruído ao redor é difícil, mas a tarefa torna-se desafiadora para uma criança com deficiência auditiva. As escolas precisam buscar alternativas para enfrentar esse grave problema”, alerta a fonoaudióloga, especialista em audiologia.
Para casos como este, a Telex apresenta o dispositivo de auxílio à audição “Sistema FM Amigo”, que permite a comunicação direta de professores com crianças e jovens que apresentam problemas auditivos. Esta tecnologia, utilizada dentro da sala de aula, é fundamental para ajudar o aluno com deficiência auditiva a entender com clareza o que o professor está ensinando. O sistema é composto por um transmissor e um receptor. A pessoa que está falando, no caso o professor, utiliza o transmissor, com microfone acoplado à roupa, e sua voz é transmitida diretamente para o receptor que está com o aluno. Isso ajuda a minimizar os efeitos negativos de distância, reverberação e ruído de fundo, mantendo a qualidade do sinal da fala.
A exposição ao barulho na escola, somada às variadas situações de ruído em excesso no dia a dia – trânsito, televisão em volume alto, ouvir música com fones no ouvido – preocupa os especialistas, que preveem problemas de audição cada vez mais cedo entre as novas gerações. www.telex.com.br