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Guia para Gestores de Escolas

Aprendendo com o erro

Por Diego Thuler, fundador da Little Maker

Já pensou em educar seu filho ou sua filha não só orientando o desenvolvimento das próprias ideias da criança, mas fazendo e consertando, criando empoderamento e permitindo errar? Assim é a educação maker. A ideia é desenvolver a criatividade dos pequenos, planejando, conferindo e executando, mas permitindo o que o sistema educacional tradicional sempre reprimiu, o erro.

Sim, errar faz bem. Quem não estiver disposto a errar, não vai encontrar o caminho para o novo. Criticar a criança quando ela erra é fácil. Fácil também é mostrar que o caminho do erro leva ao acerto. Se o projeto não foi para frente, deu errado, mostramos que a criança não deve desistir. Pelo contrário, deve insistir, fazer outra e outra vez até acertar. A cada tentativa, a perspectiva muda e surgem novas saídas.

No início deste século, começou a organização do Movimento Maker, uma extensão mais tecnológica da cultura Faça-Você-Mesmo. Inicialmente uma “brincadeira de adulto”, tem sua base na ideia de que pessoas comuns podem construir, consertar, modificar e fabricar os mais diversos tipos de objetos e projetos.

O Movimento Maker vai muito além do simples desejo em fazer. É uma cultura, onde é importante explorar, testar, errar, persistir e ter sucesso; buscar soluções criativas, reusar e compartilhar as conquistas e conhecimento. Existe prazer na conquista e na superação e todo mundo é capaz.

Mitch Resnick, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), e um de nossos influenciadores, toca direto no ponto que sempre explicamos e defendemos em nossa proposta. “Ser maker não é simplesmente fazer coisas e tecnologia, é fazer algo que tenha significado para você e pessoas ao seu redor”. Essa foi nossa inspiração para criarmos um método pedagógico diferenciado para crianças a partir de cinco anos, que leve respeite limites e projete conquistas.

É por isso que na Escola Little Maker, que tem o desafio de nova proposta pedagógica, os projetos são autorais, o envolvimento e o engajamento são fundamentais para o empoderamento da criança. A realização de sua própria criação traz a certeza de que as ideias têm valor e que existe um processo para concretizá-las, é um aprendizado (ou hábito) para o resto da vida.

Nosso propósito também é trazer mais sentido para as disciplinas ensinadas nas escolas. Sem perceber, para elaborar e até executar o projeto, as crianças aprendem a fazer, entre outras coisas, contas, medidas, proporção, equilíbrio, balanço e movimento.

Tenho vivenciado isso no meu dia a dia. É realmente impressionante quando você percebe que a criança sentiu o prazer da conquista, sente-se segura que suas ideias têm valor e que pode ir além, são capazes de empreender, questionar, modificar, interagir com o mundo a sua volta. Estes são valores que se aplicam em qualquer profissão, não é um conhecimento técnico é uma perspectiva do mundo e futuro.

Se realmente nascemos criativos, então temos de agir o mais cedo possível. E essa se tornou a minha missão com a Little Maker. Empoderar as crianças o quanto antes, pois uma vez contaminada com o “vírus maker” não deixa de ser maker nunca mais.

 

Diego Thuler é engenheiro, engenhoso e maker desde criança. Fundou a Little Maker em 2015 em Americana, no interior de São Paulo. Hoje, conta com unidades também em Campinas e Indaiatuba.

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