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Guia para Gestores de Escolas

Boas práticas brasileiras pela Educação de qualidade serão apresentadas na sede da ONU

Dois jovens empreendedores sociais que investem em melhorar a qualidade da Educação no Brasil foram selecionados para representar o país na sede da ONU, em Nova York, durante as discussões sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), de 27 de agosto a 7 de setembro. O curitibano Leonardo Capel, de 23 anos, e o paulista Matheus Silva, de 25, vão participar dos debates sobre a ODS número 4 (Quality Education), para desenvolver junto com outros jovens líderes mundiais projetos baseados em Educação de Qualidade, que serão replicados posteriormente em seus países de origem.

Os participantes terão como mentores nomes como Jack Healey (diretor do Centro de Ações dos Direitos Humanos), Lord Michael Hastings (chefe global de Cidadania Corporativa da KPMG), Sir Ken Robinson (um dos maiores pensadores sobre criatividade e inovação), Ahmad Alhendawi (enviado do Secretário-Geral das Nações Unidas para a Juventude), João Vale de Almeida (Embaixador da União Europeia nas Nações Unidas), entre outros.

Cada participante foi escolhido por meio da rede britânica World Merit, que conta com mais de 105 mil membros ativos.  Leonardo e Matheus estão entre os 100 primeiros escolhidos, dentre mais de 50 mil inscrições, para representar o Brasil no programa da ONU, baseado em seu engajamento em atividades sociais, além de perfil pessoal e profissional.

Professores empoderados

Leonardo Capel, curitibano de 23 anos, é diretor da organização não-governamental A+ Educação, que fundou há um ano ao lado dos parceiros Fábio Friedrich e Gabriel Dias. A ONG promove crowdfunding (financiamento coletivo) para viabilizar projetos educacionais desenvolvidos por professores da rede pública de ensino em todo o Brasil. Em um ano de atividade, a iniciativa já mobilizou 344 doadores e beneficiou mais de 2 mil alunos da rede pública em cinco projetos viabilizados. “Nosso foco com a A + Educação é justamente empoderar os professores com projetos de curto prazo que podem melhorar a vida e o aprendizado de seus alunos. É fazer os professores recuperarem o brilho nos olhos”, resume.

A ideia de criar uma startup para melhorar o ensino público no país por meio da contribuição coletiva foi de Leonardo. Filho de professora da rede pública de ensino, ele cresceu vendo as dificuldades da mãe em ter recursos para melhorar as aulas. Após conhecer iniciativas semelhantes no exterior, o jovem compartilhou a ideia com os amigos Fábio e Gabriel e em pouco tempo começaram a trabalhar. “Nossa maior inspiração foi o Donors Choose, que atua há mais de 15 anos nos Estados Unidos. Eles têm grandes investidores, como o Google, e também focam nos professores de escola pública. É a mesma ideia central, o que muda é que os norte-americanos estão mais habituados a fazer esse tipo de doação, de valores pequenos, do que os brasileiros”, afirma Leonardo.

Antes da A+ Educação, Leonardo Capel já havia trabalhado na área de Marketing de grandes empresas e participado, em 2012, do programa Embaixador Choice. “Voltado para universitários, esse programa é liderado pela Artemisia, maior empresa de negócios sociais do Brasil. Eles têm um slogan legal que é ‘entre mudar o mundo e ganhar dinheiro, fique com os dois’. Isso me inspirou a atuar na área social não apenas como um voluntário, mas como um empreendedor, que apoia causas importantes, mas busca resultados”, conta.

Empreendedorismo social

Matheus Silva, de 25 anos, é de Jundiaí, no interior paulista. Formado em Turismo pela Universidade Federal de São Carlos, fez um ano de intercâmbio na Indonésia através do Rotary Internacional. “A Indonésia moldou minha forma de ver o mundo e valorizar o Brasil. Foi lá que percebi a importância de ter a mente aberta para o mundo e as diversidades. A partir daquele ano de experiência e choque cultural, vi que tinha que buscar um propósito e lutar por uma Educação melhor no mundo, começando pelo Brasil”, recorda Matheus.

De volta ao Brasil, o jovem fez parte de instituições como a AIESEC e o Movimento Choice, quando teve a oportunidade de ensinar inglês a crianças carentes de Koltaka, na Índia, como trabalho voluntário. Além disso, aprendeu conceitos importantes e metodologias relacionadas a empreendedorismo e gestão. “Isso também aprimorou minha capacidade de liderança, pois tive a oportunidade de ser vice-presidente da organização e reestruturar o planejamento estratégico e as áreas de operação”, resume Matheus.

Depois de formado, Matheus atuou por poucos meses no ramo de hotelaria: sua vocação era mesmo o empreendedorismo social. “Continuei estudando e organizando eventos de inclusão social em favelas, como o Startup Weekend Change Maker Guarulhos. Essas vivências me fizeram perceber que a Educação empodera as pessoas e dá ferramentas para que nós possamos encontrar nosso caminho e propósitos na vida”, pontua.

Durante este processo, o paulista realizou cursos, estruturando um projeto de desenvolvimento pessoal e empoderamento para jovens do Ensino Médio, baseado em três pilares: autoconhecimento, empatia e colaboração. “O projeto visa fazer com que os jovens conheçam melhor suas virtudes e supram suas deficiências para que posteriormente saibam tomar decisões mais assertivas, bem como encontrem um propósito em suas vidas para traçar as ações que poderão levá-los a alcançar mais rapidamente estes objetivos em suas vidas”, diz.

Sobre a A+ Educação

Criada em julho de 2015, a A+ Educação é uma organização não-governamental online que tem por missão mobilizar a participação cidadã dos brasileiros na construção de um ensino público de melhor qualidade com maiores oportunidades, por meio do financiamento coletivo de projetos e iniciativas criadas por professores da rede pública municipal, estadual ou federal. Professores de qualquer escola pública do Brasil podem cadastrar seu projeto gratuitamente no site www.amaiseducacao.org e qualquer pessoa pode doar a partir de R$ 10 para os projetos cadastrados. A ONG foi reconhecida pelo prêmio ABRH-PR 2015 na categoria Desenvolvimento Sustentável – Terceiro Setor. Em um ano de atividade, 344 doadores já beneficiaram mais de 2000 alunos em cinco projetos financiados.

 

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