Conversa com o Gestor — Colégio Albert Sabin
Matéria publicada na edição 70 | Agosto 2011 – ver na edição online
O Colégio Albert Sabin ganhou notoriedade de mídia como uma das escolas melhor ranqueadas no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), mantendo, ano a ano, sempre as primeiras posições entre as instituições públicas e privadas. Também se destaca pelas medalhas que seus alunos vêm obtendo em olimpíadas nacionais e internacionais de Matemática, Física, Química e História, ou ainda em campeonatos esportivos. Entretanto, o bom trabalho de uma escola também pode ser medido pela afinidade que os estudantes demonstram com o seu espaço, eventos, professores e demais colaboradores, além dos próprios colegas. Quando encerram as atividades escolares, não é difícil de observar grupos de jovens do Ensino Médio que insistem em permanecer na escola, reunidos no pátio, tocando violão, cantando, lendo ou conversando. Este costuma ser um bom sinal da relação de comprometimento e confiança que uma escola consegue construir com seus alunos.
Fundado em 1993 no Parque dos Príncipes, o Albert Sabin não demorou em se tornar referência de ensino na região Oeste de São Paulo e hoje atende a 2.580 alunos em sua unidade principal, do Maternal ao Ensino Médio, e outros 254 em uma escola exclusiva de Educação Infantil localizada na Vila São Francisco. Seus mantenedores já preparam a construção de outra instituição, o futuro Colégio Vital Brazil, também na região Oeste, mas de perfil um pouco diferenciado, mais voltado ao conteúdo. No Albert Sabin, o projeto pedagógico está baseado em quatro grandes pilares. O primeiro é a excelência acadêmica do conteúdo, do conhecimento, em que fica clara a responsabilidade da escola em cumprir com seu papel de escolarização e preparo do jovem para o vestibular, o mercado de trabalho e a construção de um futuro.
O segundo pilar é dotá-lo de fluência em pelo menos um idioma estrangeiro, especialmente o Inglês, para o qual o Colégio desenvolveu um centro exclusivo, com laboratórios e sala multimídia e uma metodologia própria, que torna o aluno capaz de obter certificação internacional no idioma ao concluir o Ensino Médio. Também o ensino do Espanhol recebe boa estrutura e os estudantes mais interessados podem frequentar aulas complementares no horário invertido. Segundo o colégio, os estudantes são habilitados também neste idioma para receberem certificação internacional.
O terceiro pilar é a qualidade de vida, em que entra o Programa Sabin Mais Esporte e Cultura, tornando o Colégio referência em campeonatos esportivos estudantis e nas maratonas temáticas. Finalmente, o quarto pilar é o “encantamento”, descreve a diretora pedagógica Giselle Magnossão Vilar de Carvalho. “Buscamos construir uma convivência prazerosa, pautada em valores, em que o aluno se sente respeitado. Procuramos ainda proporcionar um espaço leve, bem cuidado, que lhe dê prazer em estudar muito, estar com o colega e desenvolver as atividades.” Doutoranda pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo em Linguística Aplicada, onde estuda a cultura escolar e o papel do diretor, Giselle destaca que os bons resultados obtidos no ENEM apenas sinalizam uma parte do perfil da escola, que é feito ainda deste investimento na gestão administrativa, no clima organizacional e na infraestrutura, incluindo “o capricho com a apresentação estética, a limpeza e os jardins”. Para tanto, o Colégio conta com uma estrutura de 301 funcionários, entre os quais 22 assessores pedagógicos por área do conhecimento e 145 professores. Seu espaço físico é privilegiado, com 17 mil e quinhentos metros quadrados de instalações novas, modernas e muito bem cuidadas. A vida escolar do Sabin se distribui entre os prédios Picasso (voltado às atividades complementares, tem ainda restaurante e anfiteatro) e Monet (com salas de aula e outro anfiteatro), sete quadras externas, dois ginásios de esportes cobertos, quatro piscinas aquecidas (duas cobertas e duas descobertas), biblioteca, brinquedoteca, cozinha experimental, laboratórios, estação meteorológica, centro multimídia, sala de xadrez, entre muitos outros.
A GESTÃO DA EXCELÊNCIA
Plano de carreira, formação continuada, monitoramento próximo e meticuloso do desempenho escolar de cada aluno e acompanhamento das aulas constituem as bases do processo de gestão da aprendizagem do Colégio Albert Sabin. A matriz curricular obrigatória e complementar dos estudantes costuma preencher boa parte de seus dias. Mas além do horário de seis a sete horas diárias (respectivamente no Fundamental e no Ensino Médio), a eles são oferecidos programas especiais de estudos em Matemática e Português (para o EF II e o EM); módulos preparatórios para as olimpíadas (do 6º ano ao EM); de aprofundamento para o 1º e 2º ano do EM, nas disciplinas de Português, Matemática, História, Geografi a, Física, Química ou Biologia; e de aprofundamento para o 3º ano do EM, antecedendo os vestibulares, com aulas de segunda a sábado. Outros dois programas auxiliam os estudantes em algumas transições, como os ingressantes no Colégio ou em etapas como o Fundamental I e o Fundamental II. Finalmente, a escola proporciona oficinas de redação, aulas de apoio e plantões de dúvidas. De acordo com Giselle Magnossão, cerca de 90% de seus educadores possuem títulos de pós-graduação em lato ou stricto sensu, entre os quais, “grande número de mestres, oito doutorandos e quatro doutores”. “A pós-graduação é pré-requisito para integrar a equipe da escola”, diz Giselle. Além disso, o Colégio promove formação interna em Português, Matemática, Artes e História por meio de consultoria externa. “A cada ano, os assessores de área avaliam as necessidades da equipe e elegem um programa para o período seguinte”, explica. Finalmente, para os cursos de pós, o professor conta com subsídio do Sabin. “Temos muita gente aqui estudando o tempo todo”, complementa a diretora. A qualidade da própria equipe entra, assim, como uma das bases da excelência acadêmica. É um processo sistemático de atualização e aprimoramento, coordenado de perto pelos 22 assessores de área, os quais identificam as lacunas a serem trabalhadas, lideram projetos, assistem aulas e acompanham as provas no sentido de orientar os professores. Também os assessores externos e os professores acompanham as aulas, uns dos outros. Segundo Giselle, cada departamento apresenta um caminho próprio, mas a ideia é que estejam todos envolvidos, o tempo inteiro, na construção do projeto pedagógico da escola. Por isso a diretora a define, apropriadamente, como “escola viva, em movimento”.
CUIDAR DO ALUNO
Em relação ao estudante, o acompanhamento e atendimento são individualizados, em que a própria diretora, ao menos no fechamento do trimestre, avalia o desempenho de cada um, o que evita o risco, sempre presente em uma escola grande, de “se perder alguma coisa”. O ponto alto deste trabalho é o bonito programa de apadrinhamento que os professores do 3º ano do Ensino Médio desenvolvem com seus alunos. “O jovem é quem escolhe aquele que deverá acompanhá-lo em um contato mais direto, orientando-o em relação à escolha profissional, ao vestibular, ao estresse da carga de estudos, entre outros”, explica a diretora. Eles se encontram fora do espaço das atividades, compartilhando, por exemplo, almoços no restaurante da escola.
Outro aspecto relacionado ao cuidar do aluno está na parceria com as famílias. Gisele Piloto, pedagoga com especialização em Psicopedagogia e analista de atendimento às famílias, destaca que o Albert Sabin oferece uma programação esportiva extra aos pais no período noturno, entre 18h e 22h, permitindo-lhes vivenciar um pouco mais o ambiente escolar e conhecer uns aos outros.
São pelo menos 300 pais realizando aulas de hidroginástica, vôlei, alongamento e ginástica, sob acompanhamento profissional, dentro do Programa Sabin Mais Esporte e Cultura. Todos os pais têm ainda sua entrada franqueada ao espaço escolar e uma agenda de pelo menos quatro palestras anuais, além de eventos como a festa junina, que chega a reunir sete mil visitantes, compartilhando o clima leve vivenciado diariamente pelos seus filhos.
Por Rosali Figueiredo
SAIBA MAIS
GISELLE MAGNOSSÃO VILAR DE CARVALHO
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GISELE PILOTO
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Esta matéria foi publicada na edição 70 da Revista Direcional Escolas em Agosto/2011