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Guia para Gestores de Escolas

Conversa com o Gestor — Educação alimentar X Obesidade infantil

Matéria publicada na edição 98| Maio 2014 – ver na edição online

A obesidade infantil é considerada epidemia global, ocorre principalmente em países em desenvolvimento e é visto como um dos maiores vilões em saúde pública no século XXI. Estamos na Era do junk food, alimentos carregados de sal ou açúcar e altos níveis de gordura saturada, o que contribuem em muito com o descontrole alimentar. Comida congelada, industrializada, de rápido preparo e com boas doses de conservantes não são considerados alimentação saudável. Apesar de serem práticos e economizarem o tempo da vida corrida dos pais, acabam gerando déficit de nutrientes acarretando em doenças crônicas. Claro que, além da alimentação, o sedentarismo também contribui para a obesidade infantil, porém é necessário ter cautela neste quesito já que na ânsia de terem os filhos ativos fisicamente, muitos pais acabam sobrecarregando seus filhos com atividades o que acaba gerando estresse e fadiga extrema. A maturidade biológica da criança deve ser respeitada para que não haja excesso de esforço em exercícios físicos. Hoje, as crianças passam a maior parte do tempo na escola, e os pais devem estar atentos a tudo o que ocorre buscando trabalhar a educação não só intelectual, como também a alimentar em parceria com a escola. Entrevistamos dois conceituados colégios de São Paulo para nos interarmos sobre a postura da escola quanto esta questão.

Andréa Riva Fanton é pedagoga e coordenadora do Ensino Fundamental I do Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré e diz que a escola não possui nutricionista, mas o restaurante do colégio possui, e que os lanches do colégio são produzidos por uma empresa terceirizada. Andréa comenta “Temos cantina, mas não comercializamos junk food! Os salgados servidos são todos assados e há um cardápio mensal com alimentação balanceada, confeccionado pela nutricionista da empresa que atende aos alunos”. Ela ainda esclarece que a escola se preocupa com a obesidade infantil por meio do corpo técnico-pedagógico, na pessoa da Orientadora Educacional, há uma parceria com as famílias em alertá-las sobre a obesidade infantil. A preocupação concentra-se em promover atividades esportivas e incentivar a ingestão de alimentos saudáveis no dia a dia e não oferecer nas cantinas alimentos altamente calóricos e que contribuem para a obesidade infantil. Andréa nos conta que há um esforço de todo o corpo docente em incentivar uma alimentação saudável com a implantação de projetos diferenciados como a Semana da Saúde. “Na disciplina de Ciências há um trabalho pontual sobre a pirâmide alimentar e os alunos realizam atividades práticas nos laboratórios produzindo receitas saudáveis e bem diferentes com o objetivo de incentivar a degustação de verduras, frutas, legumes com uma roupagem atrativa, como por exemplo, suco de couve, “fanta” natural” diz ela. Há uma enorme resistência das crianças em ingerir alimentos mais saudáveis, como frutas, por exemplo, na hora do lanche. As guloseimas e salgadinhos em geral são bem frequentes nas lancheiras. Andréa ainda reforça que o colégio possui uma tradição na prática de esportes e a oferta de modalidades é bem grande. “Neste quesito podemos ficar satisfeitos, pois há um número considerável de nossos alunos matriculados nos esportes, pois o campus é bem amplo e contamos com quadras poliesportivas ao ar livre, quadras cobertas, campo de futebol, piscina olímpica e outros ambientes que acolhem estas atividades” conta ela. Ela afirma que opapel da escola é de alertar os pais sobre as dificuldades encontradas pelos alunos e auxiliá-los na composição de sua lancheira, sugerir opções de lanches saudáveis e, se for necessário, contar com a orientação do setor médico do colégio e complementa “Falar de educação é falar de parceria! Não adianta a família adotar métodos para auxiliar seu filho se na escola não houver colaboração! Da mesma forma não adianta a escola organizar sua cantina, promover projetos e palestras aos alunos, se a dinâmica familiar não for condizente. Faz-se necessário adotar posturas e estratégias que contribuam para o bem estar da criança seja ele físico ou emocional”.

Carlos César Marconi é Diretor Pedagógico do Colégio Mary Ward – Formado em Licenciatura plena em História, Pedagogia e Gestão Escolar conta que o Colégio trabalha com nutricionista para o período integral e que existe uma cozinha industrial para a produção das refeições no próprio Colégio. Há também uma cantina para atender aos alunos que necessitam se alimentar durante os intervalos. Essa cantina tem orientação para trabalhar com produtos frescos e mais assados do que frituras. Existe a preocupação por parte do Colégio com a alimentação saudável. No programa de Ciências e Biologia, o conteúdo é direcionado para esse tipo de abordagem. Temos também uma horta para demonstração para os alunos da Educação Infantil que tomam contato com a terra e a produção (pequena). Marconi diz que voltar o interesse das crianças para alimentos saudáveis não é tarefa fácil “É difícil nadar contra a maré, mas as crianças, principalmente do integral, são educadas para no mínimo experimentarem os alimentos” comenta ele. Marconi reforça que o Colégio conta, além dos cursos livres, com diversas modalidades, as aulas de educação física. Os professores incentivam, através de dinâmicas e jogos, a necessidade da atividade física.

Muitas vezes a criança pode ter alguma restrição alimentar e nesses casos a escola deve ser alertada pelos pais para que possam tomar os devidos cuidados “Temos alguns alunos com intolerância à lactose, outros com diabetes. O preparo das refeições levam em consideração esses casos” conta Marconi. Quanto a crianças com sobrepeso Marconi diz que é constante o trabalho dos professores com esse tema. A abordagem em sala de aula leva em consideração a abordagem específica, isto é, não se pode salientar o problema da obesidade, mas a preocupação em narrar os problemas que isso pode acarretar na adolescência e na fase adulta. Os pais são chamados pela escola para conversar sobre o tipo de alimentação e orientá-los, quando se encontra espaço para isso. “O trabalho em conjunto só é efetivo quando todos falarem a mesma linguagem. Não adianta a escola proporcionar uma alimentação com foco no saudável, quando em casa a família não contribui” finaliza ele.

Por Leila Coronado

Perfil da Escola: COLÉGIO PRESBITERIANO MACKENZIE TAMBORÉ

Número de Instituições e unidades: Educação Básica: Unidade HIGIENÓPLOIS, Unidade TAMBORÉ e Unidade BRASÍLIA.

Fundação: 1870.

Mantenedora: Instituto Presbiteriano Mackenzie

Ciclos escolares: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio.

Regime de aula: Interativa com recursos de novas tecnologias – 3D.

No de alunos: Unidade Tamboré – 2613 alunos.

Mensalidades em 2013: de R$ 1.342,00 a R$ 1.825,00.

Instalações (da Unidade central): Rua Itambé, 135 – Higienópolis – São Paulo.

Perfil da Escola: COLÉGIO MARY WARD 

Localização (Unidade sede do Grupo): Tatuapé– São Paulo

Número de Instituições e unidades: 3 unidades

Fundação: 1936

Mantenedora:  Congregação de Jesus

Ciclos escolares: Educação Infantil ao Médio

No de alunos: 700 alunos

Mensalidades em 2014:

Educação infantil – R$ 855,00

Ensino Fundamental I – R$ 871,00

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