Dica — Pisos (Internos e Externos)
Matéria publicada na edição 51 | Setembro 2009 –ver na edição online
A solução apropriada para cada ambiente.
Por Rosali Figueiredo
Conciliar qualidade acústica, conforto, durabilidade e facilidade de manutenção tem sido o critério principal do mercado para desenvolver soluções de pisos e superfícies às escolas. Mais recentemente, foi introduzido o componente ecológico aos novos produtos, como o revestimento à base de linóleo (feito do óleo da semente de linhaça) e juta, o qual vem sendo testado, por exemplo, pelo Colégio Pentágono, de São Paulo. “Queremos ser pioneiros na busca de novos materiais, que tragam benefícios aos alunos”, afirma a arquiteta Elisabeth Reis Santos, que atende a escola há cinco anos. Com unidades distribuídas no Morumbi, em Perdizes e Alphaville (Barueri), algumas instalações da escola têm cerca de 30 anos e passam por reformas e adaptação.
A recomendação básica, segundo Elisabeth, é adotar a solução apropriada para cada ambiente. O piso de linóleo está sendo testado para as salas da Educação Infantil, mas antes de ampliar a experiência, o Colégio quer certificar-se que a base feita de juta resista ao clima úmido brasileiro. O material é empregado largamente na Europa, diz Elisabeth, onde a juta apresentou bom desempenho. “É um piso em manta, sem juntas, fundido na hora, e possui bactericida natural.”
Atualmente, predominam nas salas de aula os revestimentos vinílicos. “São de fácil limpeza, manutenção e reposição. Têm durabilidade e são higiênicos”, observa. A arquiteta acrescenta que o Pentágono utiliza vinílicos com componentes antibactericidas, característica “importante especialmente para as salas de Educação Infantil”. A ausência de juntas impede o acúmulo de sujeira, ressalta a arquiteta. Já para os laboratórios de física, química e informática, são empregadas outras variantes do vinílico. “A superfície da informática tem que ser própria por questões como condutibilidade e eletricidade estática. Nos demais laboratórios, o piso não pode apresentar componentes que sejam reagentes com aqueles utilizados durante as atividades dos alunos.”
Outra característica do vinílico é o seu desempenho acústico, destaca, por sua vez, o arquiteto José Ovídio Peres Ramos, pesquisador do Laboratório de Conforto Ambiental e Eficiência Energética da Universidade de São Paulo (USP) e professor das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). “Algumas escolas dão prioridade à limpeza em lugar da qualidade, utilizam piso cerâmico, o que cria uma situação reverberante, ou seja, muito ruído, tanto para a própria sala quanto para os pavimentos inferiores, quando é o caso.” Além disso, prossegue Ovídio, cores brilhantes também interferem no andamento da aula. “O ofuscamento causado pelo brilho do piso e demais superfícies atrapalha o aluno, a reflexão cansa muito”, acrescenta.
Mas nos ambientes em que a acústica não interfere tanto sobre o andamento das atividades, como pátios internos e externos, devem ser empregadas superfícies que valorizem a durabilidade, a segurança, a higienização e manutenção, afirma. Nesse sentido, a arquiteta Elisabeth Reis recomenda que quadras expostas ao sol e à chuva, por exemplo, sejam feitas com concreto usinado e tratado com uma desempenadeira elétrica, de forma a suportar os efeitos da retração e dilatação, ou recebam cerâmicas de alta resistência. Estas últimas foram aplicadas nos Centros Educacionais Unificados (CEU’s), construídos pela Prefeitura de São Paulo. Nas quadras internas, pode ser aplicado o poliuretano, o qual propicia “planicidade” e flexibilidade, além de ser ofertado em cores vibrantes. De forma geral, locais com grande fluxo de pessoas podem ser revestidos com o concreto e ou granito, finaliza o pesquisador Ovídio Ramos.