Dica – Pisos
Dicas para Diretores de Escolas
Matéria publicada na edição 111 | Setembro 2015- ver na edição online
Pisos Escolares: Manual de Manutenção
Por Rafael Pinheiro
Qualidade, conforto, estética arrojada, segurança, higiene e funcionalidade. Todas essas características citadas ganham espaço, pré-requisitos e necessidade ímpar em todos os campos habitáveis. Mas, quando a esfera em questão contempla salas de aula e descanso, corredores, quadras poliesportivas, bibliotecas, brinquedotecas e espaços externos – toda atenção e manutenção é necessária para proporcionar um cotidiano saudável para alunos, professores e funcionários.
A escola é um patrimônio público ou privado que concentra em suas missões e valores aspectos intangíveis e imateriais, como cultura, valores, projeto pedagógico, tradição e seus símbolos. Quanto aos bens físicos, estruturados e projetados para cada ambiente, armazena disposição e funcionalidade primordial. Assim, toda intervenção feita no edifício escolar deve ser submetida a uma apreciação técnica, para obtenção do melhor resultado.
Os pisos escolares representam uma imensa parcela da estrutura escolar. Atualmente, existem no mercado uma infinidade de tipos de pisos que suprem necessidades deste segmento, como: resistência ao tráfego de pessoas, conforto térmico e acústico, facilidade de limpeza e conservação do revestimento, design apropriado e facilidade de instalação e reposição.
Existem alguns procedimentos que devem ser adotados pela gestão do colégio com relação a especificação do piso que será utilizado em cada área da instituição. “Determinar o tipo de material que será assentado, bem como o tipo exato de público que utilizará o material é o primeiro passo para um projeto funcional de revestimento escolar. O piso destinado à crianças que possuem atividades intensas e diárias como brincadeiras e corridas, merece uma atenção especial. Para o ambiente com estudantes adolescentes, que não possuem um cotidiano agitado, a escolha do piso pode ser diferente, sem deixar de lado a segurança dos alunos”, afirma Alberto Souza, especializado em construções escolares.
A linguagem estética, o design arrojado e o conforto que a união de elementos nos diversos espaços escolares propõem, interferem diretamente na concentração e aprendizagem. Contribuir, então, para a criação destes espaços – como salas de aula, quadras, bibliotecas e brinquedotecas – com qualidade e segurança, são requisitos básicos para a convivência diária de funcionários e alunos de todas as idades.
Para áreas externas, Alberto destaca pisos resistentes e antiderrapantes, “já que estarão mais expostos a quedas em épocas de chuva. É interessante utilizar produtos com relevos, pois permitem o escoamento da água com maior facilidade. Além, é claro, de observar a linguagem visual no entorno do colégio, procurando produtos que sigam a mesma palheta de cores”. De acordo com o especialista, os pisos externos, por ser ásperos, com aspectos rústicos para promover maior resistência, exigem maior esforço para garantir sua limpeza.
Nas áreas internas, o piso vinílico é uma recomendação assetiva: possui conforto térmico e acústico, “excelência na resistência mecânica e funcional, facilidade de limpeza e suporta grande circulação de pessoas em várias condições de uso, o que é extremamente importante, já que sabemos que o arrastar de cadeiras, sapatos, movimentação de carteiras e os diversos equipamentos que são movimentados nas salas de aula são dados de realidade”, ressalta Alberto.
MANUTENÇÃO E CONSERVAÇÃO
Conforme a Norma Brasileira NBR 5674, a manutenção consiste no “ato ou efeito de resguardar de danos, decadência, prejuízo e outros riscos, mediante verificação atenta do uso e condições de permanência das característicastécnicas e funcionais da edificação e dassuasinstalações e equipamentos”. A norma estabelece ainda que a manutenção deve ser um procedimento “técnico-administrativo”, o qual tem por finalidade levar a efeito as medidas necessárias à conservação do patrimônio.
Segundo o Caderno de Orientações para a Preservação de Prédios Escolares, produzido pela Superintendência de Desenvolvimento Educacional (SUDE) e Diretoria de Edificações Escolares (DED), os programas de manutenção podem ser classificados de três formas distintas: conforme a complexidade dos serviços, as características da edificação, instalação e equipamentos e a finalidade da manutenção.
Alguns serviços de manutenção não exigem grande especialização técnica e podem ser programados a curto prazo (diária, semanal e mensalmente), devendo ser desempenhados pelo pessoal efetivo, próprio do quadro funcional da escola, os quais estejam envolvidos com as questões de vigilância/inspeção/segurança, alguns serviços de ajardinamento, limpeza geral, remoção de resíduos e tarefas correlatas.
O calendário escolar não permite longas pausas para reformas, pois as férias escolares concentram-se em períodos que outros departamentos administrativos continuam operando normalmente. Assim, realizar manutenção em revestimentos (pisos, paredes e forros), deve ser programada em um tempo reduzido, para não comprometer a reforma de outros itens e, também, o retorno dos alunos às salas de aula.
Os cuidados gerais para a limpeza dos pisos e rodapés depende da especificação do produto instalado. “Os pisos vinílicos, que são os mais procurados para os ambientes educacionais, têm uma facilidade enorme na limpeza e pode ser feita uma vez por semana com pano embebido em água e sabão neutro e encerar a cada quinze dias com cera líquida neutra”, ressalta Alberto.
Em tempos de escassez de água, a dica do especialista é utilizar novos produtos disponíveis para limpeza sem a utilização da água: “Atualmente, é possível encontrar maneiras de conservar o ambiente limpo sem utilizar um grande (e valioso) volume de água. É possível trocar a água e sabão por um spray removedor a seco que retira sujeiras difíceis dos pisos e de outras superfícies, como paredes, vidros, azulejos, peças sanitárias, acabamentos acrílicos, entre outros”, diz.
O especialista destaca, ainda, a preocupação constante que se deve ter com sanitários e cozinhas – locais que estão sujeitos à proliferação de bactérias – além do olhar criterioso para a limpeza dos pisos dos berçários e das crianças, optando por peças antibacterianas e antiderrapantes. “O cuidado com a conservação dos materiais e a limpeza periódica deve existir em todos os espaços de uma instituição. A circulação de crianças em desenvolvimento é intensa e qualquer descuido pode acarretar a saúde de um aluno ou até mesmo de um funcionário”, finaliza.