Dica – Playground: Segurança em Primeiro Lugar
Matéria publicada na edição 107 | Abril de 2015- ver na edição online
Por Rafael Pinheiro
Quando refletimos sobre as questões primordiais na rotina educacional, logo elegemos o aprendizado em sala de aula como uma força motriz no desenvolvimento do aluno. E, sem dúvida alguma, o conhecimento explorado nas cadeiras infantis são extremamente necessárias, mas podemos avaliar e destacar outros funcionamentos que cercam a realidade do aluno e que pode trazer uma sensação agradável, saudável e intangível: a diversão.
A arte da brincadeira tem um papel fundamental no desenvolvimento cultural da criança e embora o tema seja considerado relevante pelos especialistas em educação infantil, a brincadeira, em alguns momentos, não é utilizada no cotidiano pedagógico em um teor elevado.
Incluir um espaço de extrema sinergia entre o aprendizado e a diversão é uma forma de fomentar uma produção ímpar, além de aflorar a sensibilidade, os mecanismos sociais e as descobertas interiores de caráter valioso, principalmente quando utilizado de maneira adequada na educação infantil. Promover atividades em uma área destinada ao lazer – externo ou interno, intensifica um desenvolvimento pautado pela livre e espontânea alegria, habilidade cognitiva, exercendo uma pluralidade imaginativa indescutível.
DIVERSÃO & SEGURANÇA
Atualmente, encontramos facilmente áreas de recreação em parques, clubes, condomínios e escolas. Além do bem estar e de todo aspecto positivo e gratificante que os brinquedos instalados nas escolas podem proporcionar, é preciso ressaltar a importância de alguns requisitos para os momentos de lazer.
Os modelos variam de acordo com faixa etária, tamanho e cores. Os modelos encontrados no mercado podem variar em modulados, escorregadores, casinhas, gangorras, balanço, trapézios e uma lista gigantesca de brinquedos projetados para playground com o intuito de promover o entretenimento saudável e descomplicado. Os playgrounds podem ser confeccionados em ferro, madeira ou plástico.
Os playgrounds em ferro ou aço são resistentes, mas possuem a desvantagem de aquecimento excessivo se expostos ao sol, colocando a criança em risco de queimadura; Os brinquedos confeccionados em madeira devem ter acabamento liso em sua superfície, livre de lascas, rebarbas ou farpas. As madeiras devem ser adquiridas dentro do PEFC – Programme for the Endorsement of Forest Certification Schemes, programa de reflorestamento sustentável. Deve-se observar se o tratamento está dentro das Normas ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas); Já os fabricados em polietileno retomoldado, plástico atóxico, possuem a vantagem de serem leves e de fácil locomoção. Resistentes, coloridos e de fácil limpeza, possuem tratamento UV para resistir ao desbotamento provocado pelas ações do sol.
Além dos modelos específicos, outras características devem ser observadas antes de adquirir/instalar um playground no espaço escolar. De acordo com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), a norma NBR 16071-1:2012, define os termos utilizados para playgrounds e aplica-se aos equipamentos para uso em escolas, creches, áreas de lazer públicas (praças, parques e áreas verdes), restaurantes, buffets infantis, shopping centers, condomínios, hotéis e outros espaços coletivos similares: balanços, escorregadores, gangorras, carrosséis, paredes de escalada, playgrounds, plataformas multifuncionais, “brinquedão” (kid play) e redes espaciais.
Dentre os destaques da norma regulamentada pela ABNT, a área de circulação ao redor do parquinho deve ter, no mínimo, 1,5 metros; parafusos e roscas salientes devem ter acabamentos de proteção; o playground deve ser dividido em áreas, conforme faixa etária das crianças; os cantos dos brinquedos devem ser arredondados; parquinhos de madeira devem ter acabamento liso, livre de lascas ou farpas; é necessário instalar barreiras de segurança ao redor dos brinquedos, para desencorajar as crianças a correr dentro da área do trajeto dos balanços.
Márcia de Oliveira Régis, Coordenadora da Educação Infantil e Ensino Fundamental I do Colégio Presbiteriano Mackenzie, destaca, em primeiro plano, a manutenção dos playgrounds: “É muito importante a manutenção no playground, tanto para segurança das crianças, como para a conservação do brinquedo. Realizamos limpeza diária e lavagem semanal, reparações por demanda e manutenção minuciosa anual”. Algumas medidas podem ser checadas diariamente, como verificar se os brinquedos estão bem encaixados e firmes, se não há falta de peças e se não existem elementos pontudos.
Segundo a coordenadora, a prática de acompanhamento enquanto as crianças estiverem no playground deve ser recorrente. “Os adultos são orientados a observar as crianças durante todo o período em que estão naquele espaço, interferindo quando precisam de ajuda para subir, descer, controlando as corridas e orientando-os na boa utilização dos brinquedos”, afirma Márcia.
A verificação da faixa etária, é um dos requisitos relevantes na hora de comprar brinquedos para o parque. É preciso observar a faixa etária de cada brinquedo, embora esta informação seja obrigatória na embalagem e no manual do brinquedo. No Colégio Presbiteriano Mackenzie, por exemplo, os brinquedos são mais baixos, obedecendo as especificações, de acordo com a faixa etária específica, recomendado para crianças a partir dos 3 anos de idade.
Destacamos, então, algumas dicas para contribuir com a segurança das crianças e a durabilidade dos brinquedos, como: Manutenção deve ser preventiva, verifique sempre parafusos, encaixes, apertos e se os brinquedos estão chumbados de maneira adequada; A NBR 14350, parte 2, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), estabelece que o playground deve ter livro de inspeção e inspeções diárias, semanais e mensais; É preciso também uma inspeção certificada pelo fabricante pelo menos a cada ano; Os brinquedos devem estar separados por pelo menos 1,30m; Cubra as caixas de areia ou uma outra alternativa é substituir a areia, o mercado já dispõe de uma areia especial atóxica, além de ser mais fácil de limpar; Pisos de borracha são a melhor alternativa, eles diminuem o atrito com o chão em caso de queda, melhoram a aderência dos brinquedos, proporcionando mais segurança;
A durabilidade dos brinquedos varia conforme o material: os de plástico devem durar, em média, três anos, já os de plástico com estrutura metálica são mais resistentes, duram entre 15 e 20 anos; Lembre-se: cuidando dos brinquedos, eles terão vida útil maior, o que gera economia para o colégio. (RP)