Dica – Reciclagem (Lixeiras e Coletores)
Dicas para Diretores de Escolas
Matéria publicada na edição 18 | julho 2006 – ver na edição online
Coleta seletiva bem organizada
Para implantar um programa de coleta seletiva de lixo entre os alunos é preciso planejamento. Não basta apenas investir em lixeiras coloridas e espalhá-las pela escola. Na opinião de Ana Maria Domingues Luz, presidente do Instituto GEA, uma ONG especializada em coleta seletiva, reciclagem e educação ambiental, para realizar um trabalho com bases ambientais sérias é necessário o envolvimento dos alunos, inclusive com a formação de uma comissão interclasses gerenciando o programa. Atividades nas aulas de matemática ou ciências (como experiências práticas de compostagem) podem levar o assunto para dentro da sala de aula. “É possível realizar atividades para várias faixas etárias, como contar ou pesar o lixo arrecadado no dia, fazer brinquedos com sucata ou produzir papel reciclado. São atividades educacionais de responsabilidade cidadã”, avalia.
O investimento em coletores deve ser muito bem feito. O fato de colocar latões coloridos pela escola não significa o sucesso do programa. Segundo Ana Maria, não faz sentido colocar um latão de papel reciclado no pátio, onde os alunos tomam lanche. Nesse local, será gerado papel sujo (como guardanapos, papel de bala, embalagens sujas de alimentos), impróprio para reciclagem. O papel para reciclagem é gerado nas salas de aula e salas dos professores, onde devem ser colocadas latas de lixo azuis apropriadas para papel.
Nos pátios a escola pode investir na compra de lixeiras para metal, vidro e plástico, nas cores específicas – amarelo para metal, verde para vidro e vermelho para plásticos. Há modelos próprios para serem fixados na parede ou no piso, com postes. Para as lixeiras que ficarão expostas ao tempo, é essencial escolher modelos em polietileno de alta densidade com tratamento anti-UV, o que garante melhor durabilidade.
Uma escola que tem investido na educação ambiental é a Materna – Centro de Cuidados e Desenvolvimento Infantil, localizada em São Bernardo. No final de 2003, a Materna obteve o selo ISO 14001 – Sistema de Gestão Ambiental. Segundo a diretora Adriane Imbroisi, a certificação ISO foi uma validação do que a escola faz. “Queremos ir além de ter uma horta orgânica, fazer a coleta seletiva ou promover a educação ambiental”, diz.
Adriane explica que não se trata só de coletar o lixo reciclável, mas de fazer com que as crianças tenham conhecimento de todo o ciclo de geração e produção do lixo e de seu papel na sociedade. “Todo o lixo da escola é pesado e temos metas para diminuí-lo. Percebemos que o nosso lixo comum era muito maior do que o da coleta seletiva. Passamos então a separar o lixo orgânico do comum. Criamos uma composteira para reciclar esse material orgânico e gerar adubo”, conta.