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Guia para Gestores de Escolas

Educar: uma aposta humana que leva tempo

Diz o Coelho para Alice: – Oh, meu Deus! Eu vou chegar muito atrasado!

Procuro me apoiar em uma das minhas histórias prediletas – Alice no País das Maravilhas – para pensar nossa missão ética diante da educação contemporânea. Gosto muito da leve e direta abordagem sobre Ética apresentada por Mário Sérgio Cortella: “A ética é uma questão absolutamente humana! Só podemos falar em ética quando se fala em humano, porque a ética tem um pressuposto: a possibilidade de escolha. A ética pressupõe a possibilidade de decisão, ética pressupõe a possibilidade de opção”. Então, pensar em ética é pensar na aposta humana diária de uma ESCOLA. Realmente apostamos nas novas gerações?

Em tempos de Educação 4.0 se faz necessário apostar nas relações “líquidas” humanas e conectadas a uma proposta ética.

O mundo mudou e, gostemos ou não, teremos que acessar esse “novo” mundo se quisermos ainda nos conectar aos nossos estudantes. Vivemos um momento novo na história da humanidade: sociedade da informação, ausência de modelos universais e transição de valores e crenças. Impossível? Será? Educar eticamente é parte de um projeto HUMANO, educa-se na vida e para a vida, e seu início se dá no primeiro ambiente de aprendizagem, a FAMÍLIA, seja ela a composição que tiver.

Os primeiros encontros se dão no seio familiar, junto aos adultos, que acreditamos serem nossos “heróis”, isso é necessário para a formação psíquica daquele ser que chega desamparado e, ao longo dos seus primeiros anos, experimenta o “amparo”. É assim que devemos refletir junto ao nosso projeto de educação escolar: a Escola como segundo ambiente de aprendizagem, onde as crianças entram em contato com outras instituições.

Talvez encontremos nas duas instituições que ainda servem como refência aos mais jovens: escola e família a chave para pensarmos as novas gerações. É nessa humanidade que teremos a continuidade de nossa história. Portanto, educar é uma aposta humana, logo é uma aposta ética. Ser ético é ser humano e ser humano é ser ético, simples assim.

Qual é a parte que nos cabe? Sugiro que possamos buscar tal questão dentro das nossas instituições, para que o leitor faça sua própria interpretação. E para recomeçar tal discussão, sugiro rebeldemente a leitura do clássico livro de Lewis Carroll e também assistam o filme Alice no País das Maravilhas, dirigido por Tim Burton – é dessa forma que encontrei uma conexão com o mundo contemporâneo, muitas vezes perdido em tantas ofertas e diversidade de valores e crenças. Como pensar em uma educação que contemple as semelhanças-diferenças?

“A melhor maneira de explicar é fazer” diz: Alice  

“Dizem que o tempo resolve tudo. A questão é: Quanto tempo?”

Acredito em uma educação ética, desde que saiamos dos discursos pessimistas de “fim da história”, de “o mundo acabou”, “não existe mais família”, “já não se fazem mais alunos como antigamente”, “essa geração está perdida”… e a única saída são as tecnologias que tirarão os estudantes de um marasmo de aulas chatas e monótonas… tais queixas ou lamentações não nos levarão a nenhuma efetiva mudança e muito menos a uma proposta e aposta ÉTICA que realmente liberte nossos pequenos grandes e inquietos estudantes.

Sim, a transição é um fato e o tempo que passou não volta mais. O que temos hoje são  diversas possibilidades e muitos convites abertos. Cabe nos perguntarmos: “para onde caminha a educação?”. Tal desafio, dentre outros, é que nos impulsiona a ir além da mera constatação e da prescrição estreita, que de alguma forma continuamos fazendo da educação atual. Um passo a frente: esse é o meu convite! Adentrar os subterrâneos de nossas instituições educacionais, bem como estabelecer bases e articulações para propor as relações reflexivas sobre si mesmo e sobre o outro. Não estaríamos diante de um grande desafio? Como estamos acolhendo essa nova geração nas nossas famílias e nas nossas escolas?

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