Empoderamento Feminino
Por Sueli Cain
A luta pelos direitos da mulher vem desde o séc. XIX, porém, a partir da década de 60, o movimento de liberação feminina incorporou questões como o acesso a métodos contraceptivos, saúde preventiva, igualdade entre homens e mulheres, proteção à mulher contra a violência doméstica, equiparação salarial, apoio em casos de assédio etc.
A partir das últimas décadas do século 20, a industrialização proporcionou a inclusão das mulheres no mercado de trabalho.
Na década de 50, o contraceptivo trouxe independência sexual à mulher e, consequentemente, a possibilidade de decidir sobre a maternidade – ter ou não ter filhos tornou-se uma opção.
Ao longo da década de 1970, a mulher começa a aceitar o lesbianismo e a bissexualidade como parte do feminismo.
Em 2000, a Declaração do Milênio instituiu 8 metas, e entre elas a igualdade de gênero e a autonomia das mulheres.
Em 2010, os Estados membros da ONU e os ativistas dos direitos das mulheres criaram a ONU Mulheres, uma iniciativa em prol de mulheres e meninas em todo o mundo.
Em 2015, os líderes mundiais colocam a igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas na Agenda para o Desenvolvimento Sustentável de 2030.
Entre as medidas está o acesso à tecnologia e práticas inovadoras.
A ONU Mulheres, no Dia Internacional da Mulher, em 2016, lançou a iniciativa global “Por um planeta 50-50 em 2030: um passo decisivo pela igualdade de gênero” que tem como objetivo promover o empoderamento de mulheres e meninas, incentivando a participação em tomadas de decisões.
O grupo Weducation, com o objetivo de incentivar meninas para as carreiras de exatas e tecnologia, desenvolve o projeto Technology’s girls for Education, promovendo atividades relacionadas à área de exatas e tecnologia. Pretendemos contribuir com a meta 50-50 da ONU Mulheres até 2030 com o empoderamento feminino e igualdade de gêneros. É nosso papel dar um fim nos estereótipos, propiciar o respeito e a igualdade e trabalhar no desafio de incentivar as meninas a seguirem carreira nas áreas de Exatas e Tecnologia.
As alunas do 1º ano do Ensino Médio do Colégio Mater Dei criaram um aplicativo a partir da obra literária “Gênio Obsessivo: o mundo interior de Marie Curie”, primeira mulher a ganhar o prêmio Nobel (1903, em Física; 1911, em Química) e as dificuldades enfrentadas para ocupar um espaço nessas áreas.
A análise do filme Estrelas além do Tempo também faz parte do projeto de empoderamento feminino dessa escola.
No colégio Ítalo Brasileiro, as meninas participam da “Hora do Código”, cujo objetivo é ampliar a participação feminina em áreas da computação; além disso, nove garotas foram certificadas como Alunas Tutoras de Tecnologia Google. Com a tutoria, as estudantes se aproximam de suas professoras e juntas aprendem a aplicar tecnologia em sala de aula.
Resultado desse trabalho foi constatado com a premiação de 3 meninas, num grupo de 5, na 1ª Missão Educacional ao Vale do Silício – desafio proposto a todos os alunos de 5 escolas para que criassem métodos de aula que utilizassem a tecnologia.
Hoje, essas meninas estão visitando escolas inovadoras e a Google no Vale do Silício para explorar como essas instituições utilizam a tecnologia educacional e, quando voltarem, implantarão em suas escolas os projetos que desenharam.
Sueli Cain é formada em Letras, Pós-graduada em Língua Portuguesa, Especialista em Educação, Mestre em Linguística. Autora de livros na área de comunicação. Foi professora do ensino infantil ao ensino superior. Ministra cursos sobre metodologias educacionais para professores. Fez parte do corpo editorial da Revista Contexto. Hoje é Diretora pedagógica do Colégio Mater Dei e Diretora acadêmica do grupo educacional Weducation. Contato: [email protected]