Fobia escolar merece atenção e cuidados
Medo excessivo de ir à escola pode ser fobia
Classificada como um transtorno de ansiedade, a fobia escolar é compreendida como um medo exagerado e injustificado que a criança ou adolescente sente em ir à escola e está entre os distúrbios que mais afetam crianças e adolescentes. “O simples fato de uma possível aproximação com o estímulo fóbico (escola) gera intensa reação de angústia e ansiedade imediata. A fobia escolar pode desencadear outros medos, evasão escolar, repetências, ausência de socialização com os colegas e baixa autoestima. Se não percebida e tratada pode oferecer prejuízos para o decorrer da vida toda”, explica a psicóloga da Clínica Maia, Regiane Rocha da Silva.
A especialista afirma que, muitas vezes, os sintomas da fobia escolar começam dentro de casa, antes de ir à escola ou no trajeto dela. Os mais frequentes são: dor de barriga ao acordar, mal-estar como vômitos, náuseas, diarreias e dores de cabeça, crise de choro quando se aproxima a hora de ir à escola, suores ou tremores, recusa por meio de desculpas infundadas, voltar a fazer xixi na cama, ter insônias ou pesadelos e dificuldade em ficar sozinho.
Indagada sobre os motivos que levam uma criança a desenvolver a fobia escolar, a psicóloga ressalta que podem ser isolados ou em conjunto, como predisposição genética, estressores familiares, bullying, transtornos de aprendizagem, mau desempenho escolar ou mesmo mudança de escola. “Dentre essas, a causa mais frequente esta relacionada à dificuldade da criança em lidar com a separação física dos pais ou de pessoas que tenham vínculos importantes, pois a fobia evoca desamparo, separação, abandono, insegurança e perda de amor. Muitos pais por não terem conhecimento da fobia escolar, ou por não saberem lidar com a situação, acabam por forçar, castigar e impor que a criança vá à escola e isso poderá causar ainda mais sofrimento e angustia.”
Para que a criança passe por esse processo de forma mais branda, Regiane explica que ela precisa se sentir segura. Assim, a interação, estimulação, diálogo e apoio de todos os envolvidos (pais, professores, coordenador pedagógico) são fundamentais para o encorajamento de sua ida à escola.
De acordo com a especialista, a terapia cognitivo comportamental é uma das formas de tratamento que traz bons resultados. “Com as técnicas desta abordagem, a criança aprenderá a mudar os pensamentos que geram essa intensa resposta emocional, agindo assim de forma mais realista frente às suas dificuldades.”
Em alguns casos, também se faz necessário o tratamento medicamentoso, por isso, o acompanhamento psiquiátrico também é importante, pois o profissional saberá prescrever a medicação mais adequada para cada caso. “A combinação terapia/tratamento medicamentoso poderá oferecer resultados positivos. Por isso, quando o medo não faz sentido e interfere no desenvolvimento das atividades diárias da criança/adolescente é hora de procurar um profissional especializado, principalmente se os sintomas persistirem por mais de dois meses. Ele poderá também descartar outras possibilidades que estão gerando o quadro”, completa a psicóloga.