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Guia para Gestores de Escolas

Gestão — Recursos Humanos

Matéria publicada na edição 51 | Setembro 2009 – ver na edição online

Prêmios por produtividade e desempenho.

Adotar ferramentas empresariais de sucesso torna-se estratégico para que escolas mantenham profissionais qualificados e alinhados às suas diretrizes pedagógicas.

 

Por Rosali Figueiredo

Uma nova convenção coletiva dos professores será estabelecida em São Paulo para o biênio 2010-2011,  contendo, entre outros, o índice de reajuste dos vencimentos e provavelmente “cláusulas já consagradas” como pagamento da cesta básica, bolsa de estudo a familiares, abono de faltas justificadas, piso salarial, entre outras. “As escolas devem ficar atentas entre o que diz a CLT e a convenção, evitando assim a possibilidade de reclamações trabalhistas”, observa Wanderley Santos, consultor em gestão de sistemas educacionais, pós-graduado na área e ex-professor, coordenador e diretor.

“Fazer o cotejamento entre a legislação trabalhista e a convenção é fundamental”, prossegue o consultor, destacando, no entanto, que “em tempos de mudanças, a administração de uma escola deve ser tratada como gestão, aproximando-a assim, embora com claras diferenças, dos processos produtivos da empresa comercial”. Ou seja, Wanderley defende que “os parâmetros de produtividade e metas já testados em sistemas empresariais de sucesso venham a nortear a organização educacional, sem que se perca de vista seus tradicionais valores”. Em outras palavras, um plano de gestão poderia abarcar novos “critérios de escolha e capacitação dos profissionais”, além de “mecanismos de avaliação de desempenho, objetivando estimular os trabalhadores por meio de um programa de participação nos resultados, como, por exemplo, o recebimento de bonificação no final do ano letivo”.

No Colégio Dom Macário Schmitt, localizado em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, foi implantado um plano de carreira e um programa de participação nos resultados (PPR), que adota critérios como assiduidade, tempo de casa e avaliação de desempenho. O programa envolve a equipe docente e funcionários administrativos. “Independente se a escola dá lucro ou não, ao final do ano o profissional pode receber quase um 14º salário”, afirma o diretor Paulo Rogério Souza Mendes. A idéia é proporcionar uma remuneração compatível com a qualificação do professor, observa Paulo Rogério, como um estímulo para mantê-lo na equipe. Em termos de assiduidade, o professor que não faltar, exceto pela cota das abonadas, terá um acréscimo de 4% ao mês, a ser computado no bônus extra do final do ano. Também terá acréscimos neste prêmio o profissional que estiver há pelo menos cinco anos na escola. Para cada cinco anos de casa, novos percentuais são aplicados. Finalmente, o valor é complementado conforme os resultados da avaliação de desempenho, feita pelo próprio colaborador e seu coordenador.

Segundo o administrador e consultor educacional Maurício Costa Berbel, “uma escola somente é competitiva se tiver bons profissionais, e para contratá-los e treiná-los, é preciso estratégia”. Isso representa, entre outros, buscar um “alinhamento” entre o colaborador, o projeto pedagógico e os objetivos da instituição, delegar tarefas “mas não responsabilidades” e trabalhar com planejamento. “Quem não sabe delegar centraliza demais, tem muita tarefa para cumprir e fica sem tempo de enxergar o futuro”, comenta Maurício. “Dirigir estrategicamente não significa centralizar”, acrescenta.  A sugestão do consultor é que a direção observe “o tempo todo a equipe”, mantendo diálogos francos sobre o desempenho de cada um e buscando um “alinhamento”. “É preciso trazer os colaboradores para junto de si, pois cumprir a legislação é o mínimo que a escola tem a fazer. O que a diferencia em termos de gestão do trabalho é tornar-se a preferida pelos melhores profissionais do mercado”, avalia.

Para o consultor Wanderley Santos, as instituições de ensino apresentam particulares que tornam esse aspecto ainda mais importante, se comparadas com o restante do “universo empresarial”. “Há necessidade de convergência entre seus objetivos e as necessidades de sua clientela, pois no trato com crianças e adolescentes é essencial que seus educadores tenham a necessária habilidade de conduzir um processo de formação”, explica. Wanderley fala ainda em “proximidade ideológica”, ou seja, defende o “alinhamento das ideias e sentimentos dos profissionais com o projeto pedagógico da escola, que em última análise, implica em um vínculo afetivo diferenciado”.

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