Dica — Professor Tutor: Nova tendência de mediação com o aluno
Matéria publicada na edição 71 | Setembro 2011 – ver na edição online
A necessidade é comum à rede pública e privada hoje: suprir a ausência dos pais no acompanhamento escolar do filho, formar valores, orientar sobre posturas e atitudes, estimular maior compromisso do aluno com a aprendizagem e aproximá-lo dos professores. Já a forma de se trabalhar tamanha demanda muda em cada escola. Ela pode estar sob a responsabilidade do professor tutor, função esta inserida na carga curricular obrigatória; pode vir ainda pelo suporte do orientador educacional; ou acontecer também por meio do grupo dos professores, que acabam abraçando o papel e incorporando-o ao dia a dia das aulas.
A professora de História Cassiana Buso Ferreira, por exemplo, é também professora tutora do 6º ano do Colégio I. L. Peretz há cerca de oito anos. Nesta tarefa, Cassiana trabalha com alunos duas horas/aulas semanalmente, além de destinar outras quatro para o atendimento extraclasse. O Colégio I. L. Peretz implantou a tutoria no Fundamental II e Ensino Médio como forma de auxiliar o estudante a se organizar em sua vida escolar, mediando questões disciplinares e pedagógicas, diz Cassiana. É uma nova oportunidade dada aos educadores para desenvolver valores entre os adolescentes, além de posturas como “respeito, perseverança, saber ouvir e criticar”, enumera.
No 6º ano, seu trabalho está especialmente ligado à transição dos alunos para o Fundamental II. “O objetivo, principalmente no 1º semestre, é acolher, orientar e ajudar o adolescente na organização de seu material, de sua agenda”, observa Cassiana, explicando que o suporte é necessário pela mudança do currículo. A partir do 7º ano, os encontros em sala caem a uma hora/aula semanal e, segundo a professora, mudam de perfil conforme os alunos crescem e introduzem novas demandas.
Também no Colégio Viver existe um projeto organizado de tutoria, no caso, junto ao 6º e 7º ano, o qual se desenvolve de duas formas: pela matéria de Orientação Educacional, que tem uma hora/aula semanal na carga curricular, e pelos docentes que se disponibilizam a serem tutores dos alunos a partir do 6º ano. “Cada criança escolhe, se quiser, um professor para acompanhá-la em seu dia a dia, nas suas inseguranças, nas dificuldades e em questões mais sociais e emocionais”, explica a professora tutora Paula Maria Oliveira Gam, também titular do 2º ano e auxiliar de coordenação. Já no Colégio Franciscano Nossa Senhora Aparecida (Consa), Ody Furtado Gonçalves, docente de História do Fundamental II e Ensino Médio, conta que a tutoria acontece em cada aula, visto que o professor atua na escola como gestor do que acontece em classe, em sua disciplina. A orientação educacional surge, assim, como tarefa subjacente ao processo, diz Ody, lembrando que casos de necessidades diferenciadas são encaminhados à orientadora educacional do colégio.
Segundo a educadora Neide Noffs, diretora da Faculdade de Educação da PUC SP, a necessidade do tutor ou orientador vem aumentando pelo acréscimo de demanda no trabalho com o aluno. O desafio agora, observa, é discutir melhor qual deve ser sua função e perfil.
>> Clique aqui para acessar a entrevista com a educadora Bianca dos Santos Torres sobre experiência com professor tutor desenvolvida em uma escola da rede estadual em Embu (SP).
Saiba Mais
CASSIANA BUSO FERREIRA
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NEIDE NOFFS
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ODY FURTADO GONÇALVES
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PAULA MARIA OLIVEIRA GAM
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