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Guia para Gestores de Escolas

Professor pare de ser massacrado!

Se você é aquele professor que só reclama, que não quer ouvir mais nada e que acha que ser professor é a pior coisa do mundo; pode continuar lendo. Quem sabe não muda de ideia e passa a integrar aos professores que gostam do que fazem e ainda querem ser respeitados.

No grupo de Consultoria pelo Facebook o tema foi escolhido e hoje vamos entender a visão de diretores e o que acontece na prática. Lembre-se que o objetivo de meus artigos é dar suporte necessário para que, juntos, possamos chegar a uma Educação de Qualidade.

Muitos professores relataram que têm ou tiveram atritos com a gestão escolar. Agora qual o motivo para isso? Quero confessar aqui que já entrei na justiça contra uma escola por Assédio Moral por causa da gestão que “metralhou” meu trabalho e fez ações que me prejudicaram completamente – (escola particular). O dono deixou a escola em mãos erradas e sabe qual foi o resultado? A escola, dentro de 1 ano com a nova diretora, fechou. E pergunto: Qual a semelhança dela com algumas diretoras da escola pública? Todas, incluindo a falta de visão educacional.

Ser diretor é como dirigir um ônibus e, se mal dirigido, não chegamos ao ponto final da jornada dura e pernóstica da educação. Como falei antes em alguns artigos anteriores, a escola tem a cara da direção. E como isso se aplica na escola? Vejamos:

Em uma escola do interior de São Paulo, de grande porte, tem diretor, dois vices, mediador e duas coordenadoras. Era um caminho certo para colocar a grande locomotiva, escola, para andar e ferver, mas acontece ao contrário, a instituição é fria e sem cuidados. Nota-se pela aparência e pelo desrespeito dos alunos para com os profissionais em sala de aula, porque sobra para nós. Pois temos de segurar o “rojão”, porque sabemos que a equipe gestora não se acopla com os professores. Resumindo: o diretor quer se aposentar e acaba deixando os afazeres diários aos vices, que para não significar que estão passando à frente do diretor, se retraem e os coordenadores empurram. E sabe onde resvala? Na sala de aula. Aluno percebe que não há direção. Com tudo isso se cria os grupinhos e professores que enxergam que a gestão não “está nem aí para ele e nem para o aluno” que começam a se acomodarem. Empurrando também. E no final? A escola não atinge boa colocação no SARESP, PROVA BRASIL e ENEM. Resultando o “apontamento” de erros cometidos pelo professor. O diretor logo se justifica que os professores que têm não são bons. Esta é a primeira justificativa que dá em centenas de erros cometidos por toda a equipe. É justo? Claro que não.

Quando a escola vai mal nestas “réguas” de medidas de aprendizagens, eu de início culpo o diretor, após a coordenação que não acompanhou o trabalho pedagógico e o professor. Ou seja, todo mundo tem culpa no “cartório” é preciso rever tudo antes de chegar ao professor. Mas isso não acontece, é mais fácil culpar o professor que está em sala de aula, pois é o pilar principal do processo de ensino-aprendizagem do que se autoavaliar e ver que o erro parte dele, direção/ gestão.

É daí que começa a pressão por parte dos diretores e quero deixar bem claro: PROFESSOR NÃO FUNCIONA SOBRE PRESSÃO, na verdade, ninguém funciona sobre pressão.  É melhor um acompanhamento preciso e lento, do que algo rápido e sem qualidade. Estou vendo isso onde trabalho. A coordenadora me orientou e passei o que estava visando para determinados alunos e chegamos à conclusão que estamos trabalhando lento, mas preciso, e isso surtiu efeito no processo-aprendizagem. Outra linha que vimos é menos provas com mais qualidades e devolutivas eficazes do que muitas avaliações sem acompanhamento.

Entendeu o que eu disse? Funcionamos em parceria e mostrando uma integração entre gestão e professores, caso não aconteça, começa a sair dos trilhos esta locomotiva e todos morrem no meio do caminho.

Como havia dito, o diretor, com medo de admitir o próprio erro, começa a pressionar o professor, principalmente em matérias chaves, para que o aluno progrida, como quem apenas o educador é o responsável pelo educando aprender. Todos são responsáveis. O professor só tem menos indisciplina em sala e consegue progredir o aluno quando tem base de gestores. Eu não entro em sala se não houver isso. Daí, caímos na segunda pressão que diretor faz contra o professor. Quando ele, o diretor, “entende” que o mesmo não está seguindo sua visão. Pressiona até o educador pedir demissão ou transferência para outra instituição. E o que resolveu? Outro virá e os mesmos problemas acontecerão.

Então, chegamos à conclusão de que a pressão vem do diretor ao professor quando ele não assume seus erros no cargo e tenta justificar. Pressiona, até o professor ficar “transtornado” e ele confirmará a tese de que o aluno não aprendeu por motivo do último. Então, professor, pare de ser massacrado. Se você tiver um diretor assim e a coordenação acaba seguindo os passos dos diretores, saiba que você está praticamente sozinho. Faça seu trabalho em “off-line” sem aparecer. Mas fique ligado para não cair em nenhuma “armadilha” e ser prejudicado. Faça suas avaliações e entregue para a coordenação antes da aplicação. Se não tiver confiança na coordenação, faça um documento impresso informando a entrega da prova, e as competências e habilidades requeridas nela. Guarde-o em uma pasta. Faça anotações de devolutivas e recuperação no campo de conteúdos da caderneta. Segure as provas de alunos que não atingiram o básico da nota e junte com a recuperação. Se quiser fazer observações do aluno ao final da caderneta no campo de observações, também faça. Não chegue atrasado. Não reclame de projetos e se possível não falte. E se for faltar, faça um documento com as aulas que terão e os conteúdos que deverão ser passados. Entregue um e fique com outro assinado pela coordenação. Tudo para te resguardar.

Muitos diretores querem ser “reis e rainhas” acham que suas regras devem ser leis. E não é assim que funciona. O diretor tem de embasar sua visão e mostrar aos professores que esta forma pode ser a melhor para chegar ao sucesso do aluno. Tem de saber ouvir e saber falar. Outra situação que vejo, é que muitos, ameaçados por um determinado professor ou porque não gostam dele, faz uma perseguição implacável. Esses não servem de bases para mim. Tenho pena não do profissional que persegue, mas do aluno que tem de conviver com “aquilo” na escola.

Em duas escolas em que eu trabalhei: uma pública e outra privada; fui perseguido até o último e sem experiência no que fazer, acabei saindo do estado, retornei agora, e desistindo da escola particular onde trabalhava há 2 anos. Mas hoje eu sei o que fazer e vou explicar:

Antes de efetuar qualquer atitude, reflita, verifique se você pode fazer algo para melhorar e depois converse com outros amigos e decida.

Na escola pública, a coordenadora não “ia com a minha cara” porque achava que eu “me achava”, fazia tudo corretamente e nunca estava bom. Era sempre criticado em meio aos colegas e sempre havia uma falha em meu trabalho. Fazia questão disso. Não fazia “acordos” de ATPCs, mas para os demais, sim, fazia questão de mostrar isso. Mesmo fazendo tudo o que se pedia, não era o essencial. Percebi que o diretor semeava a mesma visão dela por mim. Como não tinha orientação, faltei tudo o que eu podia e mais um pouco e desisti de dar aula na escola pública. Hoje, é diferente. Nesta situação, se faz necessário uma conversa entre coordenador e diretor e você. Mostrando tudo o que ela vem orientando e você está fazendo e pedindo para que se resolva a “perseguição” que será negada até a morte por eles. Registre tudo o que foi dito e peça para que assinem, se negarem, coloque atrás que foi negada a assinatura. Leve até a Secretaria Municipal ou Diretoria de Ensino e protocole uma sindicância contra a direção escolar. Isso fará com que os ânimos sosseguem um pouco, mas continue realizar o seu trabalho para mostrar depois. Não faça como eu, não desista. Isso me prejudicou muito e a “imbecil”, desculpe a palavra, continua lá, atormentando outros professores. Isso, para a justiça, chama-se de “Assédio moral” pode-se, depois de abrir sindicância e nada ter adiantado, entre na justiça contra a pessoa.

Na escola particular, a visão distorcida de uma diretora agravou um “bate-boca” feroz e que me desencadeou a síndrome do pânico. Acreditam? Pois bem, tudo começou assim: Na escola, havia duas instituições em um único prédio, consequentemente duas diretoras. Mas o dono era um só. A minha antiga diretora era fantástica. Passei dois anos lá com muita alegria e cheguei a ficar com toda a carga, pois acreditava na visão da direção. A escola se integrava de uma maneira inexplicável, depois eu explico como, mas a diretora da outra instituição tinha mais “amizade” com o dono, com isso modificou a visão dele para com a nossa diretora até que foi destituída do cargo. Esta diretora era o máximo. Ficamos tristes. Ela confiava muito em meu trabalho e valorizava de todos os profissionais. Alguns professores, “os chamados incompetentes”, puxavam o “saco”, mas ela gostava de ver resultados. Entenderam que eu e mais uma profissional erámos os “queridinhos” dela e daí se instalou um jogo de intrigas e fofocas. Quando a nova diretora entrou, ela não gostava da nossa, começou a perseguir a mim e a outra profissional, alegando que nós não mandávamos na escola e ia cortar as nossas asas. Então, o inferno se instalou. Se eu pedisse para chamar os responsáveis de alunos, ela não chamava. Dizia que chamaria se ela quisesse. Os meus projetos extras eram barrados sem justificativas. Ela comprou uma briga grande não comigo, mas, sim, com os alunos que começaram a entender que se tratava de algo particular. Eles “compraram” a minha briga, pois ela fazia questão de me desvalorizar e desmoralizar perante aos alunos. O resultado? Os alunos não faziam o que ela pedia. Outras coisas infantis foram feitas, como riscaram o meu nome no armário da escola, onde só tem acesso à direção e os professores. Minhas provas eram diminuídas as letras para os alunos não enxergarem, ela quem aplicava. Meus cartazes eram rasgados durante o contra turno, onde não havia aulas. Quando não tinha aula, ela ia às salas e falava mal da minha pessoa, não do meu profissional. Então, um dia houve a explosão e agravamos uma discussão de se ouvir em outros corredores. Fui chamado de “anta” e tudo.

O que eu fiz? Fui ao dono e pedi um acordo para sair da escola. Ele até fez, mas pediu para eu esperar até o final do bimestre. Fiz isso, mas não consegui. Todas as vezes que a via, tremia e minhas mãos transpiravam. Não aguentei, saí. Quando começou a perseguição, comecei a gravar as nossas conversas, não pelo fato de prejudicá-la, mas para me resguardar. Como ela proibia tudo, não podia alegar ao dono da escola que eu era o que menos fazia. Tinhas as gravações e acabei gravando a discussão. Saí, entrei com a demissão indireta e com processo de Assédio Moral. Corre ainda na justiça. No final do ano, os alunos saíram da escola, e sem alunos, não há instituição. Ela foi demitida e a escola fechada. E quem ganhou com tudo isso? Melhor, quem perdeu mais? Ela, com certeza.

Precisamos entender que ser diretor não é autoridade, nem um cargo para vinganças. Ser diretor é acoplar sabedoria e visão. É saber ouvir e falar. Não adianta pressionar. Precisamos de todos bem para conseguir alcançar os objetivos traçados no planejamento, se não, vamos parar onde? Como vamos ensinar cidadania, se nós não temos respeito pela própria pessoa que faz a mesma coisa que você. Estamos em um barco, com os mesmos desafios, com os mesmos conflitos e o que irá diferenciar? A visão dos líderes. A gestão tem de saber quem são seus professores e usar suas habilidades para fazer o barco fluir. Se começar a jogar professores para fora, chegará a um momento que poucos ficarão e ninguém fará nada sozinho. Então, junte-se, organize-se, tenha visão e mostre aos professores que ele é capaz, de juntos, transformar o seu aluno.

miniatura-alex-de-frança Alex de França Aleluia é formado em Letras. Escritor de obras sobre Educação, as quais já foram elogiadas por especialistas na área. Foi coordenador pedagógico de franquias de multidisciplinaridades. Já trabalhou como Coordenador do Programa Escola da Família. Trabalhou em cursinhos e Faculdades. Hoje faz palestras voltadas à motivação educacional. Capacitação para professores e articulistas de portais voltados à Educação. É membro da Academia de Letras do Brasil. Acesse seu site: www.professoralexdefranca.wordpress.com Facebook: Prof. E Escritor Alex de França Aleluia Twitter: @escritoralexf

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